O caso que abalou o distrito de Comendador Venâncio, em Itaperuna, no Noroeste Fluminense, ganhou novos desdobramentos. Segundo o delegado Carlos Augusto Guimarães, o adolescente de 14 anos que confessou ter matado a mãe, o pai e o irmão mais novo, usou uma arma que estava escondida embaixo do colchão dos próprios pais. O crime teria acontecido na madrugada do último sábado (21), enquanto a família dormia. Para se manter acordado até o momento do ataque, o jovem ingeriu um suplemento pré-treino. Ele estava dormindo no quarto dos pais, por ser o único da casa com ar-condicionado.
As vítimas foram identificadas como Inaila de Oliveira Freitas Teixeira, Antônio Carlos Teixeira e o pequeno Antônio Júnior, que faria 4 anos no mês de julho. Os corpos foram encontrados dentro de uma cisterna nos fundos da residência da família, após o próprio adolescente ter confessado o crime a um tio. Na noite anterior, ele havia ido até a delegacia, acompanhado da avó, registrar o desaparecimento dos familiares. Ao ser pressionado após início das investigações, acabou revelando os fatos.
Durante a perícia, a polícia encontrou manchas de sangue no colchão do casal, roupas ensanguentadas com sinais de tentativa de queima e odor cadavérico que levou os agentes à cisterna. O adolescente contou que, após cometer os assassinatos, usou produto de limpeza para limpar os rastros de sangue e facilitar o arrasto dos corpos até a cisterna.
“Policiais verificaram também algumas vestes com mancha de sangue e focos de queimado, ou seja, o adolescente estava tentando se desfazer dessas roupas. E durante essa pesquisa na imóvel, também encontraram uma bolsa, já pronta para a viagem, e com dois telefones celulares, que pertenceriam aos seus pais. Diante daquele contexto e do já forte odor fétido de cadáveres no local, ele não teve outra alternativa a não ser confessar para os policiais que realmente atirou nos pais e no irmão, que escondeu os corpos na cisterna”, afirmou o delegado.
A motivação do crime ainda está sendo apurada. Uma das hipóteses levantadas pela 143ª Delegacia de Itaperuna é de que o garoto teria cometido os assassinatos após desentendimentos com a família por causa de um namoro virtual com uma adolescente de 15 anos, moradora de Mato Grosso. A família não aceitava o relacionamento e impedia o garoto de viajar para encontrar a menina. A polícia também investiga a possibilidade de interesse financeiro, já que após o crime o adolescente fez buscas na internet sobre como sacar o FGTS de pessoa falecida. O valor passaria de R$ 30 mil. Ele, no entanto, alegou que pesquisou isso somente após a tragédia, o que pode excluir o crime por premeditação.
O adolescente segue apreendido.
