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STF determina prisão de Carla Zambelli e inclusão na lista da Interpol

Deputada é considerada foragida após deixar o país; Moraes ordena bloqueio de bens, redes sociais e passaportes

País
Por Redação
4 de junho de 2025 - 11h29

Brasília (DF) 02/08/2023 Deputada Carla Zambelli durante coletiva no salão verde da Câmara dos Deputados. Foto Lula Marques/EBC/Arquivo

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (4) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Além da prisão, Moraes ordenou o bloqueio dos passaportes — inclusive o diplomático — e a inclusão do nome da parlamentar na lista vermelha da Interpol.

A decisão ocorre dias após Zambelli deixar o Brasil, alegando que se afastaria para tratamento médico. Ela anunciou estar nos Estados Unidos, mas teria planos de seguir para a Europa. Para a PGR, trata-se de uma tentativa de se evadir da aplicação da lei penal, configurando foragida da Justiça.

A parlamentar foi condenada por unanimidade há 20 dias a 10 anos de prisão por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Moraes também determinou o bloqueio de salários, contas bancárias, bens, veículos e redes sociais da deputada, além de fixar multa diária de R$ 50 mil por eventual manutenção de conteúdos considerados criminosos nas plataformas.

Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, trata-se de uma prisão cautelar, com o objetivo de garantir a eficácia da aplicação da pena imposta pelo STF. A medida também solicita que a Interpol seja comunicada imediatamente, para tentativa de localização e extradição.

Zambelli já é ré em outra ação penal por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, relacionada ao episódio de outubro de 2022, quando sacou uma arma e perseguiu um apoiador de Lula nas ruas de São Paulo. Em março de 2025, seis ministros votaram por sua condenação a mais de cinco anos de prisão e pela cassação de seu mandato, mas o julgamento foi interrompido após pedido de vista do ministro Nunes Marques.

Além disso, a deputada é investigada em dois inquéritos no STF — o das fake news e o das milícias digitais —, e já teve o mandato cassado pelo TRE de São Paulo por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. A inelegibilidade por oito anos está sendo contestada em recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A decisão de Moraes reforça o entendimento da Corte sobre a gravidade das ações de Zambelli e busca evitar novas tentativas de obstrução da Justiça.

Com informações do G1