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Campanha contra a utilização de cigarros eletrônicos é prorrogada no estado do RJ

Urnas para descarte dos dispositivos estão instaladas nas estações de metrô e em uma universidade na capital e Baixada Fluminense

Estado do RJ
Por Redação
3 de setembro de 2024 - 7h48

Local para descarte de cigarros eletrônicos na capital (Divulgação)

Com o objetivo de alertar sobre os perigos do cigarro eletrônico, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) prorrogou por mais uma semana a Campanha “Vape é Jogo Sujo”, que estará até a próxima sexta-feira (6) nas estações do Metrô Rio, de Botafogo e da Cinelândia/Centro, na cidade do Rio de Janeiro. Na segunda-feira (2) uma das urnas para descarte dos dispositivos também foi instalada na Universidade Iguaçu, em Nova Iguaçu.

“Estamos mantendo a campanha por mais uma semana nas estações do Metrô para oferecer a oportunidade de quem ainda não eliminou o dispositivo, possa descartar nas nossas urnas. Além disso, com mais tempo da iniciativa nas ruas, vamos conseguir conscientizar ainda mais a população sobre os riscos da utilização, principalmente, no desenvolvimento de doenças cardíacas e respiratórias”, destaca a secretária de estado de Saúde, Claudia Mello.

Os vapes descartados durante a ação serão empregados na confecção de uma escultura a ser utilizada em eventos de educação em saúde. Pegando carona nos Jogos Paraolímpicos, iniciados no dia 28 de agosto, a campanha também aborda os malefícios do uso do vape na prática esportiva, por meio de vídeos, exibidos semanalmente no Instagram da SES-RJ no endereço @saudegovrj.

Assim como o cigarro convencional, o eletrônico é motivo de preocupação de especialistas da saúde no mundo. É visto por especialistas em saúde pública como inimigo que pode ser ainda mais nocivo. O objetivo da campanha é promover o debate sobre o tema e esclarecer dúvidas sobre os malefícios causados pelos dispositivos.

Danos à saúde

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) destaca que o uso do aparelho aumenta em mais de três vezes o risco de experimentação de cigarros convencionais. Segundo os pesquisadores, isso acontece porque os dispositivos eletrônicos que contêm nicotina podem levar à dependência dessa substância, o que leva os usuários a buscarem os produtos convencionais de tabaco.

O estudo ainda traz informações sobre os malefícios dos cigarros eletrônicos à saúde, como a exposição da população a nanopartículas de metal presentes no próprio objeto e o contato direto do usuário com o processo de aquecimento ou vaporização. Alguns produtos contidos no vapor de cigarros eletrônicos incluem carcinógenos conhecidos e substâncias citotóxicas, potencialmente causadoras de doenças pulmonares e cardiovasculares.

Segundo pesquisa, 16,8% dos adolescentes de 13 a 17 anos já experimentaram vape”

A última Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) – realizada por meio de uma parceria entre o Ministério da Saúde e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o apoio do Ministério da Educação (MEC) – revelou que, em 2019, 16,8% dos estudantes de 13 a 17 anos já haviam experimentado o cigarro eletrônico; sendo 13,6% com idade entre 13 a 15 anos e 22,7% na faixa etária de 16 e 17 anos. A experimentação é maior entre os homens (18,1%) do que entre as mulheres (14,6%).

Segundo dados da Pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), realizada pelo Ministério da Saúde, de 2006 a 2023, 2,9% dos homens com mais de 18 anos nas 27 capitais do país usam cigarros eletrônicos. Entre as mulheres adultas, a proporção cai para 1,4%. No entanto, quando se examina o hábito de jovens de 18 a 24 anos de ambos os sexos, a proporção dos que fumam esses cigarros sobe para 6,1%.

Fonte: Secom/RJ