Com forte resfriado, passei a quinta-feira de repouso e só no dia seguinte, já no final da tarde, soube da morte de Renato Marion Aquino, o que impediu que de imediato fizesse o registro no On-line do J3News.
Devo observar que “uma grande lacuna” é clichê normalmente usado quando nos referimos a falecimento de pessoa ilustre. Contudo, expressa verdade inquebrantável em se tratando do doutor Renato, que faleceu na 5ª-feira, 31.
Arquiteto renomado e professor de grande reputação, participou de eventos sobre educação em diversas universidades dos EUA e países europeus, além de exercer por muitos anos cargo de diretor do Grupo Thoquino.
Meu singelo e despretensioso depoimento penso apropriado por sabê-lo homem de notável cultura, sofisticada educação e, em quaisquer circunstâncias, sempre um gentleman.
Não o via há muitos anos. Contudo, tivemos certa aproximação em eventuais conversas em Atafona, quando passou alguns períodos de 2 ou 3 verões na minha casa em Atafona. Apaixonado por Paris e por cinema, filmes eram os temas predominantes em nossos encontros, os quais, para mim, de valioso aprendizado.
Certa vez, a bomba que filtra a água da piscina parou de funcionar e ele me comunicou. Sendo minha responsabilidade resolver, ao chegar na casa logo perguntei se a pessoa que cuidava não haveria aparecido. Para não dizer ‘não’ – que por sua fina cortesia teria um tom desagradável – mas também não podendo dizer ‘sim’, porque quem ficou de consertar não foi, respondeu: – Veja, Guilherme, ao menos de forma visível, acho que não.
Tive, também, o prazer de entrevistar dr. Renato para a revista da CDL. Fábio lançou a publicação quando presidente da entidade – iniciativa de grande visão, diria um marco para a classe, por sinal de alta qualidade, impressa no ES, que logo se transformou em importante instrumento a favor dos lojistas – e me pediu que fizesse entrevistas com pessoas de destaque em diferentes áreas. As matérias ‘abriam’ a capa e ocupavam 3 ou 4 páginas. Ao me receber em seu escritório da 21 de Abril, comentou com sua voz gentil e baixa: – Mas que honra… Afinal, você entrevista presidente, ministros e governadores.
Fora a exagerada generosidade, a honra, de certo, foi toda minha. A entrevista que focalizou Renato Aquino foi das mais didáticas e comentadas não só junto ao empresariado lojista, como, também, nos demais relevantes segmentos de sociedade.
Devo registrar, ainda, a cordialidade de sua mulher, dona Jussara Clark Aquino, dona de alta sensibilidade e fidalguia no tratar, a quem, igualmente, tive o prazer de conhecer nos contatos de Atafona.À família, meus sinceros sentimentos.
(* O texto acima foi atualizado, com alterações relativamente à publicação no jornal físico).