Com o objetivo de discutir e promover medidas para coibir a ação de assaltantes nos estabelecimentos da área central de Campos, o Conselho Municipal de Segurança realizou uma reunião extraordinária na tarde desta quinta-feira na sede da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL). No encontro, empresários e representantes de órgãos públicos e associações pensaram em soluções eficazes e que possam ser colocadas em prática rapidamente. Algumas dessas medidas propostas é a reorganização do policiamento no Centro de Campos e a contribuição dos empresários que devem ceder às imagens das câmeras de segurança particulares à Central de Monitoramento da Guarda Civil Municipal (GCM).
A principal reclamação dos comerciantes está relacionada ao que eles chamaram de “abandono” na área central, principalmente no período da noite. Segundo esses empresários, a incerteza no funcionamento das câmeras de segurança e a falta de policiais nas ruas estariam contribuindo com o aumento no número de assaltos às lojas, principalmente no calçadão Boulevard Francisco Paula Carneiro, no Centro.
A mais urgente decisão tomada na reunião extraordinária é a de prosseguir e ampliar a parceria da GCM com a Polícia Militar no policiamento diário e noturno. Os comerciantes também se responsabilizaram em procurar a Central de Monitoramento da Prefeitura de Campos e incluir as imagens das câmeras particulares no sistema público. “A ideia é boa e é passível de ser executada, basta que os empresários de fato coloquem em prática o compromisso firmado aqui”, disse o comandante da GCM, Wylliam Bolckau. Atualmente, Campos possui 50 câmeras de monitoramento espalhadas em áreas estratégicas como no Centro, na Pelinca, no Shopping Estrada, entre outros locais.
Ainda de acordo com o comandante, neste início do ano, a situação torna-se mais complexa devido à atual situação financeira do município. Ele contou que o prefeito de Campos, Rafael Diniz, determinou o corte de 50% das horas extras dos guardas, o que “reduziu o tempo de serviço e, consequentemente, a qualidade do monitoramento nas ruas da cidade”, disse Bockau. Esse foi o motivo para a retirada do “ônibus” da Guarda no Centro de Campos. Além disso, dos cerca de mil guardas que já atuaram em Campos, hoje há apenas 742 agentes trabalhando “enquanto a demanda aumenta a cada dia”, acrescentou o comandante.
“Essa redução aconteceu porque não há concurso público para a GCM há mais de 10 anos e, nesse período, muitos profissionais mudaram de emprego, se aposentaram, etc. Eu já solicitei ao prefeito para que ele reveja essa medida de cotar a hora extra, por que, nesse momento, estender o tempo de trabalho dos guardas é a melhor opção que temos para continuar realizando o trabalho de segurança pública municipal. Mas, de qualquer forma, vamos viabilizar essa parceria com a PM para reduzir o número de ocorrências de assaltos no Centro”, explicou.
Outra situação apontada pelo comandante da Guarda Municipal está relacionada às viaturas. Segundo ele, a GCM tem hoje 23 viaturas em circulação, no entanto, outras 19 estão sem condições de uso devido à falta de manutenção. “Se esses carros estivessem prontos para uso, nós poderíamos estar atendendo ainda mais a população; mas, no momento, estamos estudando qual a melhor opção diante da falta de verba em caixa”, informou.
A Polícia Militar afirmou na reunião que, neste verão, a prioridade é com a segurança nas praias da região, mas o representante do órgão também se comprometeu a levar as reclamações dos empresários ao comandante do 8º BPM e, assim, encontrar uma solução. À princípio, a PM afirmou que as duplas de policiais e guardas em policiamento motorizado continuarão em circulação na cidade.
Para o diretor da Câmara dos Dirigentes Lojistas e do Sindicato Varejista de Campos, Roberto Miranda, a reunião extraordinária serviu para direcionar as próximas ações de segurança. Segundo ele, para que a situação fosse completamente contornada, o poder público municipal e estadual deveria tomar providências severas, mas as ações propostas já devem beneficiar os comerciantes. “Essa estratégia de monitoramento e intensificação do policiamento é a opção mais inteligente e barata para amenizar essa situação de insegurança”, concluiu.
Além dos empresários, da CDL, da Guarda e da PM, também estavam presentes representantes da Associação dos Comerciantes e Amigos da Rua João Pessoas e Adjacências (Carjopa) e do Conselho Comunitário de Segurança. A próxima reunião ordinária do Conselho vai acontecer na quarta-feira (1º) também na CDL.