Trata-se do fim da passagem social, que volta ao patamar de R$ 2.75 e o parcelamento do pagamento dos RPAs, aqueles que trabalham mediante o Recibo de Pagamento Autônomo e não possuem vínculo nem mesmo estabilidade com o poder público.
Inicialmente gostaria de deixar claro que a minha posição é contrária às duas medidas. Primeiro que estar na base de apoio ao prefeito Rafael Diniz não pode ser sinônimo de constrangimento, principalmente quando medidas administrativas são tomadas sem comunicação prévia aos vereadores (representantes do povo), como ocorreu nesses dois casos acima citados.
Segundo pelo fato de que a população mais carente precisa ter um alento e não consigo entender os motivos pelos quais as últimas medidas, não me refiro somente a da passagem e a do RPA terem um reflexo somente naqueles que não possuem estrutura para suportar ventanias.
Vale lembrar que a suspensão do cheque cidadão ocorreu mediante a promessa de que após três meses ele retornaria com outra roupagem.
O mantra do que foi deixado pelo governo passado em termos de irresponsabilidade administrativa deve ser lembrado sempre, mas a hora é de anexar a esse discurso algo que se pareça minimamente com a palavra ESPERANÇA e isso não está sendo feito.
A passagem social não deveria ter sido extinta sem antes haver uma minuciosa análise acerca do custo-benefício que as empresas de ônibus ofertam após anos de parceria com a municipalidade.
O ato de mexer no bolso do trabalhador deve ser a última coisa a ser feita e quando necessário, que venha acompanhada de justificativas plausíveis e com alternativas que abrandem o sofrimento de quem tem que mudar a sua vida, de um dia para o outro, sem explicação.
No caso da passagem social, antes de qualquer medida impopular entendo que as concessões às empresas de ônibus (que não recebem pouco como afirmam) e uma análise da situação do transporte alternativo seria a melhor medida a ser tomada. Não se limpa uma sala deixando a cozinha suja.
Em relação ao parcelamento do pagamento dos trabalhadores em regime de RPA a situação é tão grave quanto. Milhares de pessoas, sem aviso prévio terão que alterar compromissos, mexer nos parcelamentos de suas dívidas, alterar seu ritmo de tratamento de saúde, dentre outras questões, pois em um ‘piscar de olhos’ o governo municipal resolveu parcelar o que já estava em atraso sem informar previamente os trabalhadores e nem aos vereadores, os representantes do povo.
Existe crise? Claro! Existe a necessidade do corte de gastos? Claro! Precisamos respeitar o teto da Lei de Responsabilidade Fiscal? Claro!
O problema é que a população carente não pode, de forma nenhuma, ser pega de surpresa com qualquer atitude governamental pelo simples fato de ser uma camada frágil e que não possui, na maioria deles, uma reserva econômica que as protejam nos dias de tempestades. No caso em questão, um tornado!
Já ficou nítida que a posição escolhida pelo governo é a do desgaste total e de uma única vez para trazer no momento certo, as ‘boas novas’. Estariam lendo Maquiavel?
Respeito a posição governamental, porém, algumas dessas medidas estão refletindo na mesa do trabalhador e está afetando, de forma direta, a sua mais importante necessidade, a de SOBREVIVÊNCIA.
Na qualidade de vereador, e mesmo sendo um parlamentar que se encontra na Base do governo Rafael Diniz, noticio que a minha posição nesses dois casos explicitados aqui é contrária ao do governo municipal.