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Isaquias Queiroz é prata na canoagem velocidade e chega a cinco medalhas olímpicas

Canoísta brasileiro segue no pódio olímpico depois de medalhas na Rio 2016 e Tóquio 2020

Esporte
Por ASCOM
9 de agosto de 2024 - 9h29
Foto: Reprodução

Depois da disputa do C2 500m, Isaquias Queiroz prometeu levantar a cabeça e representar bem, em sua última prova nessa edição dos Jogos Olímpicos, todo o time de Lagoa Santa. E ele conseguiu. Com a cabeça em pé, o peito inflado e muita força nos braços, o maior atleta da história da canoagem velocidade do Brasil conquistou a sua quinta medalha olímpica, a prata no C1 1000m em Paris 2024.

Isaquias se coloca assim ao lado de Robert Scheidt e Torben Grael na segunda colocação na lista de atletas brasileiros com mais medalhas olímpicas, com cinco. Eles estão atrás apenas de Rebeca Andrade que, com as quatro conquistadas nessa edição de Jogos Olímpicos, chegou a seis láureas. Além da prata em Paris, Isaquias tem ouro no C1 1000m em Tóquio 2020, prata no C1 1000m e no C2 500m na Rio 2016 e bronze no C1 200m também nos Jogos do Brasil. O sonho de ultrapassar os dois ídolos da Vela na lista ainda está de pé.

Nesta sexta (9), ele começou disputando a semifinal. Com o tempo de 3:44:80, avançou para a final com a 3ª colocação geral e em segundo na forte primeira bateria, na qual Catalin Chirila, da Romênia, que quebrou o recorde olímpico nas eliminatórias, chegou em quinto e foi eliminado. Isaquias ficou atrás apenas do alemão Sebastian Brendel e do tcheco Martin Fuksa.

Na quinta, Isaquias havia disputado a final do C2 500m ao lado do jovem Jacky Godmann, mas acabou ficando na oitava colocação. A dupla foi quarta colocada em Tóquio e considerava estar ainda mais preparada para a disputa em Paris. A decepção por não ter chegado ao pódio no C2 foi uma motivação a mais para o baiano de Ubaitaba.

Quem é Isaquias Queiroz: perfil, biografia e principais resultados

Isaquias nasceu na “cidade das canoas”, significado em tupi-guarani de Ubaitaba, na Bahia. O local de nascimento já predestinava o que o canoísta viria a conquistar remando em uma canoa, mas não sem antes superar alguns obstáculos.

O menino cresceu numa família humilde, ao lado de nove irmãos. O pai faleceu quando o campeão Olímpico ainda era criança e a mãe, Dona Dilma, sustentava a casa como servente na rodoviária da cidade.

Com apenas três anos de idade, uma panela de água fervente virou sobre Isaquias, que ficou um mês internado, com queimaduras em diversas partes do corpo. Sem se recuperar a ponto de conseguir alta do hospital, Dona Dilma assinou um termo de responsabilidade, o levou para casa e cuidou dele até a recuperação.

Aos 10 anos, Isaquias subiu em uma mangueira para ver uma cobra morta, se desequilibrou e caiu de costas em cima de uma pedra. A pancada provocou uma lesão séria no rim, com hemorragia interna, que o levou a uma cirurgia para retirada do órgão. O incidente gerou o apelido de “Sem Rim” ao, agora, cinco vezes medalhista olímpico. Isaquias costuma brincar que “perdeu um rim, mas ganhou um terceiro pulmão”.

Pouco tempo depois, a canoagem entrou na vida do garoto. Isaquias começou a participar do projeto Segundo Tempo, que oferecia prática esportiva para crianças e adolescentes de Ubaitaba. O goleiro Isaquias queria o futebol, mas a canoagem velocidade dominou o coração do menino, inspirado por outro filho ilustre da “cidade das canoas”, Jefferson Lacerda, pioneiro da modalidade no Brasil, que competiu em Barcelona 1992, na primeira vez que canoístas brasileiros estiveram nos Jogos.

Fonte: Ascom/COB