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Beto, tanta história pra contar

Ele tomou posse na semana passada e promete honrar o seu mandato até o último fio de sua vasta cabeleira

Campos
Por Redação
7 de maio de 2017 - 0h01
(Foto: Silvana Rust)

(Foto: Silvana Rust)

Desconhecido Felisberto de Paulo Leite Pessanha, e eleito vereador como Beto Cabeludo. Ele tomou posse na semana passada e promete ser uma sensação nesta legislatura. Com 53 anos e muita história pra contar debaixo dos caracóis, Beto Cabeludo vem de uma prole vasta. Sua mãe teve 20 filhos e ele é o caçula. As aparências realmente enganam. Quem o vê na foto pensa em um cacique Juruna, mas Beto é bom de papo, inteligente e acena para o bom período político. Acha que a política de Campos está ficando madura e que o fato de Rafael, o prefeito, ter sido vereador, vai facilitar as relações entre o Executivo e o Legislativo. O que Beto que se aposentou como funcionário da Petrobras quer é trabalhar sério. Se for preciso, cortar na própria carne. Mas os cabelos… corta nunca.
Existe uma música do Roberto Carlos que diz que debaixo dos caracois dos seus cabelos, tanta história pra contar. Qual é a sua história?

Minha história é simples. Para você ter uma ideia minha mãe teve 20 filhos. Uma família tão grande quanto humilde. Eu fui o caçula, ou seja o vigésimo filho. Tenho uma irmã especial e vi oito dos meus irmãos morrerem. Mas apesar de todas as dificuldades tive uma excelente criação. Amor não faltou.

Além da familiar, que outro tipo de história existe sob os seus cabelos, uma que tenha marcado?

A de superar as dificuldades. Comecei a trabalhar com 14 anos com carteira assinada. Trabalhei na usina Cupim, aqui em Ururaí, ao mesmo tempo em que estudava. Depois fui trabalhar na Álcalis, em Arraial do Cabo e depois, onde continuo até hoje, na Petrobras, como petroleiro, inclusive trabalhando embarcado.

generic Antabuse A usina de Cupim faliu… a Álcalis também. A Petrobras não anda bem das pernas. A Câmara Municipal corre algum risco (rsrs)?

(rsrs) Pergunta bem humorada. A usina de Cupim quebrou por questões ligadas à administração, o mesmo acontecendo com a Álcalis. A Petrobras
foi esse núcleo de desmandos, mas vai sobreviver. Não sou pé frio não. Vou trabalhar muito como vereador e a Câmara é uma casa de Leis, não é um negócio. Voltando à Petrobras, é bom destacar, que estou me aposentando (rsrs).

A política diante de tudo que acontece está ficando mais séria?

Os acontecimentos tanto em Campos quanto no país provam que sim, embora ainda exista muita coisa para se fazer. Pelo menos as coisas erradas estão sendo descobertas e temos que fazer a coisa certa. A política está mais séria. Veja bem: nenhum vereador eleito agora deixou o cargo para suplente assumir e ele virar secretário. Isso é um bom sinal.
Na eleição anterior estava no PTB e fiquei como segundo suplente, mas não tive cargo político. Embora meu partido estivesse na aliança com o PR não me envolvi com o caso Chequinho bem como outros.

Você é casado?

Meu estado civil é solteiro, mas tenho uma união estável há quatro anos. É a Vilma minha grande paixão.

Quatro anos? Já é um mandato. Você pensa em se reeleger no coração de Vilma?

Com toda certeza vou ser reeleito. Nesta eleição, que foi a terceira que eu disputei, sofri um acidente onde fraturei as duas clavículas e oito costelas. Foi a Vilma que neste período foi minha enfermeira, organizou minha agenda, foi cabo eleitoral e principalmente uma super mulher. Cheguei a pensar em desistir nas eleições, mas ela não deixou. Certamente vou me reeleger nesta relação.

Você assume a Câmara com uma leitura vereador distrital? Não?

Não é bem assim. Tenho que priorizar Ururaí, mas não posso ser um vereador de bairro ou de distrito. Precisamos pensar em Campos como um todo. Pensar grande, pois essa é uma cidade grande. Vou ser vereador de Campos.Desde o Centro até o interior.

acquire lioresal order lioresal Já teve algum encontro recente com o prefeito Rafael?

Não, mas acho necessário. Não para pedir, mas para oferecer. Porém, sabemos que o prefeito está com a agenda lotada. Quando falei em oferecer,
não tenho a pretensão de dizer que posso dar. Posso dar sim, o meu apoio aos bons projetos do Executivo, e não ter um discurso de oposição. Me considerado independente. Acho que temos tudo para que a Câmara funcione em harmonia.

A Câmara está neste início de legislatura em um processo quase que infinito de transformação, gente saindo, gente entrando. Quando que você acha que isso acaba?

Acho que está chegando no final,mas a decisão é da Justiça. Por outro lado, estamos vivendo o que poderíamos chamar de insegurança legislativa. Mas acredito no Judiciário.

Acha que a classe política está aprendendo uma nova lição?

Sim. A política estás mudando e não tenho dúvidas sobre isso.

O fato de Rafael já ter sido vereador, facilita as relações entre o legislativo e o executivo?

Claro que sim. Ele conhece de perto as dificuldades de um vereador. Então temos que acreditar que vamos todos trabalhar juntos por uma Campos bem melhor. Rafael tem essa sensibilidade.

Algum problema em Campos que você acha que tem que ser resolvido de forma urgente?

Sim e são muitos. Me preocupo bastante com a ponte nova de Guarus, que precisa ser revista para que não tenhamos problemas no futuro. A questão
do transporte coletivo também é outro assunto que não pode esperar.

Beto, e essa cabeleira toda. Isso é promessa?

Tenho esse cabelo cumprido há 30. Quando era criança a moda era cabelo grande, mas meu pai não deixava. Hoje não consigo me imaginar sem essa cabeleira, com histórias sob ela.