Por mês, o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) recebe em todo o país, quase um milhão de pedidos de benefícios (988 mil), segundo o governo federal. Em Campos, não há dados oficiais de quantas pessoas esperam para serem atendidas em suas solicitações como aposentadoria e pensão, por exemplo. O prazo de 45 dias não tem sido cumprido. O governo anunciou na terça-feira (14) que irá contratar temporariamente até 7 mil militares da reserva para reforçar o atendimento nas agências do INSS, mas não deu prazo para zerar a fila.
A reportagem do Terceira Via ouviu internautas de Campos que vivem a angústia de outros milhões de brasileiros à espera de atendimento no INSS. Em uma enquete divulgada na rede social Facebook, várias pessoas se manifestaram reclamando do atual congestionamento de pedidos e a longa espera além do prazo estabelecido nas agências locais para terem benefícios concedidos.
A internauta Rosana Pacheco relatou a dificuldade em ajudar uma vizinha que precisa ser atendida pelo INSS. “Acompanho minha amiga que não consegue marcar perícia médica. O marido dela teve fratura no pé e o patrão mandou ele “encostar” pelo INSS com o auxílio-doença. Foi uma luta para agendar. Depois, disseram que teria que recomeçar o pedido. Acho um abuso e falta de respeito com quem paga em dia o INSS. Pela internet é horrível o serviço”, queixa-se .
Quem também reclamou da demora para se conseguir atendimento na agência da Previdência Social foi Patricia Teixeira. “Minha mãe e meu padrasto passam pelo problema. Eles fizeram pedido de aposentadoria desde o ano passado. Até agora não deram resposta, já que o prazo é de 45 dias”, afirma.
O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, anunciou que o governo irá contratar temporariamente até 7 mil militares da reserva para reforçar o atendimento nas agências do INSS e reduzir o estoque de pedidos de benefícios atrasados. Segundo o secretário, estoque de pedidos de benefícios atrasados não será zerado. Para diminuir atrasos, o governo dará prioridade, sob segurança dos militares, às perícias médicas dos cerca de 1,5 mil funcionários do INSS afastados por problemas de saúde.
De acordo com a proposta da Secretaria de Previdência e Trabalho, a contratação será voluntária, sem convocação. Eles serão treinados entre fevereiro e março, devendo começar a trabalhar nos postos em abril, recebendo um adicional de 30% na reserva remunerada. Segundo Marinho, a medida custará R$ 14,5 milhões por mês aos cofres públicos. No entanto, afirma, o valor deve ser compensado pela diminuição da correção monetária paga nos benefícios concedidos, além do prazo máximo de 45 dias depois do pedido.