Selecionada como uma das 30 profissionais brasileiras a participar do Weem Talks, a médica mastologista de Campos dos Goytacazes, Maria Nagime, compartilhou sobre o importante evento ocorrido na última semana, em São Paulo. O encontro internacional, em sua segunda edição, celebra o protagonismo feminino na saúde e na medicina. Nagime integra as equipes de profissionais oncologistas do Hospital Dr. Beda e do OncoBeda (Grupo IMNE). “Estar ali me fez refletir o quanto precisamos ouvir mais as mulheres. A escuta é uma das principais ferramentas de cuidado”, afirmou.
O WeemTalks — sigla para Women Empowerment in Esthetic Medicine Talks (Palestras sobre o Empoderamento Feminino na Medicina Estética) —promove a valorização e o protagonismo de mulheres na saúde. Com foco em especialidades como medicina estética, cirurgia plástica, mastologia, ginecologia regenerativa e dermatologia, o encontro reúne profissionais e líderes de diversas partes do mundo. Para Maria Nagime, o momento foi de troca, aprendizado e emoção: “Foi uma imersão potente. O evento colocou o olhar no feminino que cuida de outras mulheres. Fui profundamente tocada por tantas histórias de superação e como cada profissional lida com a dor e a esperança”, comentou.
Ao lado de médicas de diversas regiões do Brasil, Nagime comentou sobre práticas mais humanizadas no cuidado com pacientes com câncer de mama. “Foi uma honra poder fazer parte desse seleto grupo. Oportunidade de grande crescimento pessoal e desenvolvimento de habilidades em oratória. Os responsáveis pelo curso têm uma vasta experiência em mentoria de diversas figuras públicas. Foi extremamente enriquecedor.”
No centro dos debates estiveram temas como escuta ativa, empatia, storytelling e inteligência artificial. “Essas ferramentas são a base de um atendimento centrado na paciente. Precisamos de empatia para utilizar o conhecimento científico de forma individualizada, adequada à realidade de cada mulher”, afirma a mastologista.
Maria Nagime também participou do estande do Breast Saving Group, coletivo fundado por ela e mais seis médicas que atuam na capacitação em oncoplastia mamária. A reconstrução mamária, segundo Maria Nagime, vai muito além da cirurgia. “Trata-se de devolver à paciente o senso de identidade, de pertencimento. Não é só estética, é reencontro com quem ela é.”
A tecnologia também foi abordada no evento. Para Maria, a inteligência artificial é uma aliada, desde que usada com critério. “Ela pode otimizar processos e dar mais tempo para o que realmente importa: ouvir, cuidar e orientar cada paciente de forma personalizada. Não há inteligência artificial que substitua o olhar humano e a sensibilidade de perceber o que cada paciente precisa”.
Equilíbrio entre vida pessoal e profissional
Ao refletir sobre os papéis femininos na medicina, a mastologista aponta: “O evento trouxe reflexões difíceis sobre carreira, sucesso e vida pessoal. Percebi o quanto nossas dores se parecem. Somos cobradas o tempo todo a dar conta de tudo.” Ela destaca que lidar com o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é uma rotina compartilhada. “Não existe resposta certa, mas é possível encontrar um jeito de lidar melhor com tudo.”
O protagonismo das pacientes também foi enfatizado no Weem Talks. “Quase sempre há mais de um caminho possível no tratamento. Humanizar o atendimento é dar voz à paciente para que ela escolha o que faz mais sentido para ela.” A mastologista complementa:
“Sempre procurei unir o que há de mais moderno com o olhar mais empático possível. A escuta ativa e o acolhimento são as ferramentas mais valiosas no cuidado de quem está enfrentando o câncer. E sempre podemos melhorar”, conclui.