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Março amarelo: mês da conscientização sobre a endometriose

Especialista alerta para doença que, apesar de comum, ainda é subestimada

Saúde
Por Redação
25 de março de 2024 - 7h00




Dra Su´éllen Monteiro, ginecologista e obstetra – Foto: Marcio Bruno

A endometriose é o foco da campanha do Março Amarelo, que busca informar a população sobre os sintomas da doença e seus impactos na qualidade de vida de cerca de 190 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo mais de 7 milhões apenas no Brasil, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A doença caracteriza-se pelo crescimento do endométrio, tecido que reveste o útero, fora do órgão, causando uma inflamação e dor crônica, cólicas menstruais intensas, dor durante as relações sexuais e até infertilidade. Especialista no tema, a ginecologista e obstetra Dra. Suéllen Monteiro chama atenção para os sintomas da doença e reforça que o perfil comum de pacientes com endometriose são as mulheres em idade reprodutiva (15-49anos), sendo as pacientes com IMC baixo as de maior risco.

A endometriose, apesar de comum e acometer cerca de 10 a 15% das mulheres em idade fértil, ainda é subestimada, por conta de seus sintomas não serem propriamente investigados a fundo pelos médicos, além da falta de conhecimento da população sobre a doença que chega a levar de 7 até 10 anos para ser corretamente diagnosticada.

De acordo com a médica, a dor é um importante alerta. “O principal sintoma é a dor, a cólica no período menstrual, que normalmente vai piorando no decorrer do tempo. E dependendo de onde está o foco da endometriose você pode ter uma dor específica para isso. A paciente pode ter, então, dor na relação sexual, dor ou sangramento para urinar, se o foco estiver próximo à bexiga, dor ou sangramento para evacuar, dor pélvica crônica e, além disso, a dificuldade de engravidar. Porque as pacientes, às vezes, não sentem nada. Elas são assintomáticas, mas não conseguem engravidar e aí a gente investiga e descobre que a causa é a endometriose”, diz.

Dra. Suéllen Monteiro afirma ainda a importância de buscar acompanhamento médico especializado e buscar um estilo de vida saudável. “A doença acomete cerca de 10 a 15% das mulheres em idade fértil, ou seja, desde quando menstrua até entrar na menopausa. Então, uma em cada dez mulheres têm endometriose, se você conhece dez mulheres, uma delas vai ter”, completa. A ginecologista destaca ainda que um importante passo é ter atenção ao estilo de vida.

“Para pacientes diagnosticados com endometriose eu oriento, melhore a sua qualidade de vida. Tenha uma vida anti-inflamatória, atividade física, dieta e a qualidade do sono são muito importantes, uma vida com menos estresse… Tudo isso impacta na evolução da doença. Para pacientes que pensam que têm endometriose, é mandatório a gente falar que a sua dor não é normal. Não deixe ninguém dizer o contrário, nem mesmo os médicos. Procure ginecologistas experientes no tratamento de endometriose. Infelizmente é a doença que mais impacta negativamente a qualidade de vida da mulher e não tem cura, mas com acompanhamento e tratamento adequados, a paciente pode ter uma qualidade de vida plena”, diz.

Uma das consequências mais populares que fazem as mulheres procurarem pelo tratamento da endometriose é a infertilidade. Segundo a Dra. Suéllen, a endometriose é uma das causas mais comuns de infertilidade. “Infelizmente os médicos se esquecem disso e acabam não investigando. Se a gente for colocar em número cerca de 40 a 47% das pacientes que não conseguem engravidar têm endometriose, mesmo que elas não tenham sintoma nenhum”, comenta.

A endometriose foi diagnosticada. E agora?
De acordo com a ginecologista e obstetra Dra. Suéllen Monteiro, o tratamento depende de vários fatores, como a idade da paciente; se existem planos de engravidar; a localização e intensidade da dor; extensão da doença e quais órgãos foram acometidos. Por isso, o tratamento acaba por ser individualizado, sendo a abordagem hormonal a principal alternativa. Porém, não se pode deixar de lado o fundamental: a vida saudável. “Nós temos que ter uma qualidade de vida adequada, já que estamos falando de uma doença inflamatória. Então, a atividade física que produz hormônios anti-inflamatórios, uma dieta anti-inflamatória, tudo isso são mandatórios nessas pacientes. Temos que entender que o tratamento da endometriose é multidisciplinar. Então além do tratamento hormonal e da mudança do estilo de vida algumas pacientes podem precisar de fisioterapia pélvica, medicamentos de dor crônica, terapia ou tratamento cirúrgico. A endometriose é diferente em cada paciente, por isso para cada paciente temos um tratamento único” afirma a médica.

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