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Incidência de câncer de cabeça e pescoço preocupa

70% dos casos são descobertos já em estágio avançado

Geral
Por Julia Alves (Estagiária)
10 de julho de 2023 - 0h03
Risco | Doença causa cerca de 10 mil mortes no país por ano

Com sintomas e sinais como de feridas, manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na boca de difícil cicatrização, dor ou dificuldade ao engolir, perda de peso, alterações na voz ou rouquidão por mais de duas semanas e aparecimento de caroços, o câncer de cabeça e pescoço acomete a cavidade oral (boca), a laringe, a faringe os seios da face, as glândulas salivares e a glândula tireóide, além dos cânceres de pele que podem acometer também esta região, assim como, as leucemias e linfomas. Dados do Ministério da Saúde apontam que o câncer de cabeça e pescoço corresponde a 3% de todos os tipos de câncer e é o quinto entre os homens, com cerca de 10 mil mortes por ano no país. Além disso, a maioria dos casos é descoberta já em estágio avançado devido à desinformação das pessoas sobre a doença.

O mês de julho, simbolizado pela cor verde, é o período da campanha de conscientização da população sobre o câncer de cabeça e pescoço. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano espera-se cerca de 1,5 milhões de novos casos de câncer de cabeça e pescoço, e cerca de 460 mil mortes. Com isso, reforça-se a importância em alertar a todos sobre os fatores de risco para a realização do diagnóstico precoce.

Dentre os fatores de risco para o câncer está o tabagismo e, se associado ao etilismo, a chance de desenvolver a doença aumenta em 100 vezes. O cirurgião de cabeça e pescoço Raphael Sepulcri informa que “ultimamente vemos um grande crescimento de tumores de cabeça e pescoço, principalmente na orofaringe, relacionados à infecção pelo HPV (Papiloma Humano). Nestes tumores vemos o acometimento de pacientes mais jovens, o que está relacionado à promiscuidade sexual. A higiene da boca também conta como fator de risco, assim como, idade e hereditariedade, mas são fatores menos importantes”.

Cirurgião | Dr. Raphael Sepulcri

A doença tem prevenção, desde que não esteja exposto aos principais fatores de risco: uso de cigarros, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, uso de preservativo durante o sexo para evitar a infecção pelo HPV, vacinação contra HPV, exposição solar inadequada, alimentação adequada e higiene bucal com visita ao dentista de forma regular.

Para realizar o diagnóstico é necessária uma biópsia. O Dr. Raphael explica que “os pacientes com a história de exposição aos fatores de risco mais o aparecimento dos sintomas descritos devem consultar um especialista e avaliar a necessidade da biópsia. Outros exames que podem ajudar no diagnóstico são: a ultrassonografia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética”. As formas de tratamento são: cirurgia, radioterapia e quimioterapia, na maioria das vezes, é necessário associá-las.

Oncogeneticista | Dr. Gustavo Drumond

Em Campos, a clínica XY Diagnose, realiza exames especializados para identificação do câncer de cabeça e pescoço. O oncologista clínico e oncogeneticista Gustavo Drumond explica “a genética faz parte desde o diagnóstico e avaliação do prognóstico até o tratamento dos tumores de cabeça e pescoço. Existem testes genéticos e moleculares no tumor como a imunohistoquimica que auxiliam no diagnóstico e na avaliação da gravidade do caso. Além disso, podemos fazer testes moleculares para avaliar a presença e o tipo do HPV presente nos pacientes. Caso haja uma suspeita de Câncer Hereditário, os painéis germinativos no sangue servem para identificar mutações patogênicas em genes que aumentam o risco de diversos tumores no paciente e em sua família”, pontua.