A equipe do Centro Cirúrgico do Hospital Geral Dr.Beda, em Campos dos Goytacazes, viveu um momento histórico e inédito nesta quarta-feira (12). Foi realizada a primeira cirurgia com a utilização do robô Da Vinci, adquirido há uma semana pela instituição (clique aqui). Uma mulher de 56 anos foi a primeira paciente a ser submetida ao procedimento de cirurgia robótica da instituição, para a retirada de um tumor no rim. O cirurgião e médico urologista Gustavo Araújo operou a paciente com o auxílio do robô. Ele é coordenador do Programa de Cirurgia Robótica do Beda que reúne cerca de 30 profissionais.
“Demos início às cirurgias robóticas do Hospital Dr. Beda. É uma grande satisfação para toda a equipe este dia O caso desta paciente é de tumor de rim que consideramos de característica exofítica (que cresce fora do órgão). Utilizando a plataforma robótica, retiraremos parcialmente o rim, preservando assim o órgão e mantendo toda sua função”, cita Gustavo Araújo.
Além da plataforma robótica, a equipe usou o equipamento de ultrassom BK, único em Campos. “Quando usamos o robô, temos maior destreza para preservação do rim do paciente. Quando englobamos isso à tecnologia do ultrassom intra-operatório, a gente diminui os riscos de lesão renal, diminui os riscos de ter que retirar todo o rim do paciente, retirando somente a patologia em questão”, explica o coordenador.
A paciente apresentou um nódulo renal há pouco tempo. Ao realizar uma tomografia, verificou-se a chance de ser um tumor renal. Ela foi submetida a uma nefrectomia parcial, preservando a função renal. “Quando utilizamos o robô nesse tipo de cirurgia, a gente elimina muitos riscos de sangramento, tanto intra-operatório e pós-operatório. Assim, a gente consegue adiantar muito a recuperação da paciente, com menor tempo de internação e com um retorno mais rápido às suas atividades laborais”, esclarece Gustavo.
O cirurgião-médico Gustavo Araújo iniciou na certificação robótica em 2018. “Eu fui convidado em 2019 a ingressar no Hospital Dr.Beda com essa visão de trazer novas tecnologias. Abracei isso com grande alegria. E, hoje, dar início às cirurgias com o equipamento é uma grande satisfação para todos nós” conta.
Robô muda rotina no Centro Cirúrgico
O Centro Cirúrgico do Hospital Dr. Beda teve a rotina alterada com a chegada do robô. A enfermeira e coordenadora do Bloco Cirúrgico da instituição, Valéria Meirelles, conta que a aquisição da plataforma robótica exige de toda a equipe que integra o programa:
“Mudou também o modo de olhar e de pensar a tecnologia. Tivemos que estudar e nos envolver dentro de um complexo muito sofisticado, para poder atender a esta cirurgia. Parte da equipe teve que viajar e fazer cursos on-line para aprendermos como utilizar essa tecnologia”, explica.
A primeira cirurgia robótica foi acompanhada pela equipe da H.Strattner, fabricante americana do robô modelo Da Vinci. Profissionais estiveram em todo o momento na sala de cirurgia para dar apoio e assistência técnica. Entre os especialistas, participaram enfermeiras específicas do Centro Cirúrgico e do Centro de Material e Esterilização (CME). Foi necessário adquirir uma máquina exclusiva para esterilizar o endoscópico do robô. Sem isto, não seria possível realizar essa cirurgia.
“O equipamento aproximado ao paciente tem a orientação do médico que opera em um outro equipamento manipulando o robô. A equipe de enfermagem é importante na proteção dos braços da máquina. Temos uma enfermeira integrante de nossa equipe de robótica; uma técnica de enfermagem, dois enfermeiros e um enfermeiro do CME”.
A cirurgia da paciente durou cerca de duas horas e foi comemorada por toda a equipe do Centro Cirúrgico e do Programa de Cirurgia Robótica. Ainda não foi divulgado quando ela receberá alta hospitalar.
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