O tratamento contra o câncer geralmente é uma experiência dolorosa e marcante para o paciente e seus familiares. Para minimizar os impactos, uma alternativa é evitar o desgaste com viagens e procurar as estruturas oncológicas mais próximas chanceladas pelo Ministério da Saúde. Mas, além dos aparatos como aparelhagem e medicamentos, o corpo clínico também deve ser especializado. Aos 30 anos, o médico campista Dr. Jonatha Frazão voltou à Campos dos Goytacazes depois de passar mais de seis anos estudando em São Paulo e no Rio de Janeiro. Ele se formou na Faculdade de Medicina de Campos (FMC), em 2014. O profissional se especializou em cirurgia oncológica pélvica e abdominal por videolaparoscopia em hospitais de referência pelo Brasil e retorna à cidade com uma gama de novos conhecimentos. Dr. Jonatha afirma que a qualidade do atendimento em Campos se equipara a dos principais centros do país.
Impressões e constatações
Recém-contratado pelo Grupo IMNE, Jonatha relata que encontrou na estrutura oncológica do grupo, práticas estratégicas já aplicadas nas principais capitais do país.
“Venho somar com novas técnicas táticas cirúrgicas que aprendi no Hospital A. C. Camargo Cancer Center, em São Paulo, e no Rio, como as minimamente invasivas por meio de laparoscopia e robótica. Isto já é realidade aqui, mas o Grupo IMNE está expandindo esse conhecimento. Com isso, estamos oferecendo à população campista o melhor nível de atendimento que há no Brasil e no mundo. Os pacientes de Campos não precisam mais ir para São Paulo ou Rio de Janeiro para fazer tratamento oncológico adequado. Temos bons profissionais aqui nas áreas de urologia, cirurgia oncológica, cirurgia geral e oncologia clínica”, observou.
Outro modelo do Grupo IMNE que chamou a atenção de Jonatha em Campos, que também acontece em unidades de referência espelhadas pelo Brasil, foi a discussão de casos oncológicos específicos, em reuniões semanais entre oncologistas clínicos, cirurgiões oncológicos, radioterapeutas, patologistas, radiologistas e equipe multiprofissional.
“Isso soma muito no cuidado ao paciente. É uma forma de individualizar os atendimentos, principalmente aqueles que mais chamam a atenção pelo incomum. Os participantes discutem os casos, se aprofundam na busca de respostas e estratégias para que o tratamento seja o mais assertivo possível. Agregamos valores, pois várias opiniões são ouvidas, sempre com base em evidência científica. Interpretamos artigos e estudos recentes e aplicamos na prática médica quando possível, pois buscamos atender à necessidade de nossos pacientes, aplicando o que de melhor tem sido feito no mundo”.
De acordo com Jonatha, este modelo de atualização para inovação nos atendimentos é o que acontece em grandes hospitais. “Fiquei surpreso em ver que isso já acontece aqui e, agora, posso contribuir também com minhas experiências”.
Expansão
O Grupo IMNE Oncologia está passando por obras de expansão. De acordo com o diretor e oncologista clínico, Dr. Diogo Neves, além da reforma, a ampliação de serviços faz parte do processo de crescimento das instituições do grupo. “Com a chegada do Dr. Jonatha, vamos aumentar para quatro o número de cirurgiões oncológicos e isso reflete a busca contínua pela melhora e aperfeiçoamento do nosso serviço. Trazer gente capacitada, com formação técnica incontestável, melhora sempre o nível da equipe que temos, em que a maioria já vem de um centro de excelência”, acrescenta o diretor.
Formação e especialização
Jonatha passou um ano no serviço militar obrigatório da Marinha, em 2015, assim que se formou na Faculdade de Medicina de Campos. Depois, estudou Cirurgia Geral na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), especialização que durou dois anos. Aprendeu, ainda, em um ano, Cirurgia Videolaparoscópica avançada, uma subespecialidade dentro da cirurgia geral, explica. Em seguida foi para São Paulo se especializar em Cirurgia Oncológica, no Hospital A.C. Camargo, considerado o maior centro de cirurgia oncológica da América Latina e referência de Oncologia Avançada.
Essa especialização durou três anos. Ele conta sua motivação pela cirurgia oncológica:
“Percebi que na Cirurgia Oncológica estavam as grandes complexidades dos procedimentos. Eram as cirurgias mais longas, as mais difíceis, e que me provavam com as alternativas táticas cirúrgicas que tinham que ser decididas, algumas vezes, em cima da hora. Às vezes me planejava para um tipo de cirurgia, em um determinado tempo, mas me deparava com alguma surpresa, como um aumento no tamanho do tumor, por exemplo. Sempre entendi a cirurgia oncológica como um desafio, como uma forma para me manter sempre atualizado. Nos primeiros seis meses da minha especialização em cirurgia geral, percebi que tinha fascínio pela complexidade dos procedimentos”, lembra Jonatha.
Cirurgia pélvica oncológica
A cirurgia pélvica oncológica abrange três áreas do corpo humano: a ginecológica, colorretal e urológica, mas, segundo o Dr. Jonatha, este conceito está mudando. “Antigamente, esses procedimentos eram chamados de pélvicos porque este grupo de órgãos é próximo e está localizado na pelve e era muito comum o câncer iniciar em um desses locais e, em uma fase mais avançada, acometer os órgãos adjacentes. A minha especialização contempla estas três áreas do corpo humano, mas, hoje em dia, há especialidades mais precisas que cuidam individualmente de cada área, como a ginecologia, a colorretal e a urologia”.
Ginecologia – Abrange as neoplasias de endométrio, colo do útero, ovários. “Sabemos que o câncer de endométrio está em escalada e a previsão é de que até 2030 seja o principal tumor ginecológico na maior parte do mundo. Para este câncer, não há prevenção por meio de vacina; já o câncer de colo de útero tem previsão de queda com a campanha de vacinação contra o HPV”, diz o médico.
Cólon e reto – Fazem parte do aparelho digestivo e são neoplasias muito comuns, segundo Jonatha. “Para essas lesões não temos nenhuma prevenção significativa, mas temos exames de rastreio, como a colonoscopia, indicada para pessoas acima dos 40 anos, ou para pacientes mais jovens que tenham tido casos em família de primeiro grau”, esclarece.
Urológicos – Os cânceres urológicos abrangem a bexiga, testículos, pênis, próstata e outros.
