A vegetação abundante, o canto dos pássaros e a longa extensão de águas descrevem o Parque Estadual da Lagoa do Açu (Pelag), localizado na região de Farol de São Thomé, em Campos dos Goytacazes. Apesar de ser pouco conhecido entre os moradores locais, o território de 8.251 hectares completa 10 anos no dia 20 de março. Em comemoração, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), responsável pela conservação e preservação do Parque, realizará uma programação de três dias no local, de 18 a 20 de março, com inúmeras atividades.
Criado em 2012, um dos principais objetivos do Pelag é a conservação de remanescentes de Mata Atlântica, como a restinga, o mangue e área alagada. Em agosto de 2021, o Jornal Terceira Via publicou uma reportagem especial sobre os detalhes do Parque, os desafios e o pouco conhecimento da população sobre a existência deste local com potencial turístico.
“Nós buscamos fazer uma programação bastante interessante para a população, tanto dos municípios de Campos e São João da Barra, como também para toda a região Norte Fluminense. Estamos preparando o Parque para receber os visitantes nesses três dias de atividades”, disse Heron Costa, gestor do Pelag.
A comemoração de aniversário terá a abertura no dia 18, às 9h, na sede do Pelag, que fica na rua Olavo Saldanha, 24, em Farol de São Thomé. A programação para a sexta-feira contará com ações ao longo do dia, até as 16h: com Feira de Ciências da Universidade Estadual Norte Fluminense (Uenf); atividades com escolas, incluindo concurso de redação, concurso de desenho e pintura no rosto; lançamento e apresentação do livro “Pelag – Parque Estadual da Lagoa dos Açu – uma beleza a ser desvendada”; exposição digital: Aves do Pelag e exposição do projeto da nova sede do Parque.
No sábado, as atividades começarão mais cedo, às 7h, com competições poliesportivas e gincanas entre equipes formadas por Guarda-Parques das unidades de conservação do Estado, com inclusão da comunidade local: haverá corrida rústica 2.0; esporte aquático em grupo com stand; jogos como labirinto, espirobol, pique-bandeira e cabo de guerra.
Já no domingo, haverá passeio ciclístico, plantio de mudas de espécies nativas de restinga, no sítio Recanto dos Coqueiros; passeio de caiaque no Parque, mutirões agroecológicos na Baixada Campista, competição de canoagem, visita guiada na Trilha da Praia, show com o artista Igor Santana, além de concurso de fotografia em duas categorias: câmera e celular.
Incentivo às práticas esportivas
As atividades foram pensadas para mostrar as possibilidades de aproveitamento da área, principalmente para o turismo e a prática de esportes aquáticos. A extensão da lagoa é de 13km e, de acordo com Heron Costa, alguns trechos são de acesso livre.
“Nós incentivamos a prática de esportes aquáticos. Dá para você sair de caiaque ou stand-up e curtir a beleza que essa unidade oferece. Por isso, nós dizemos que tem uma grande vocação para os esportes aquáticos. O visitante pode entrar, principalmente, pela ponte Maria da Rosa, porque não precisa adentrar propriedades particulares, e é de acesso permitido. Ao chegar, tem uma prainha, por onde é possível colocar o equipamento, como caiaque, stand up ou o que seja. A ponte está localizada depois do farolzinho, em direção a São João da Barra”, explica o gestor do Pelag.
No entanto, para alguns tipos de atividades, como a trilha, por exemplo, a orientação é que o Pelag seja contatado antes, já que algumas áreas fazem parte de propriedades privadas, segundo o coordenador dos Guarda-Parques Bruno Lemos. “O Parque não tem nenhuma entrada, então é livre para movimentação de qualquer pessoa. O ideal é que sejamos comunicados, para sabermos a localização dos visitantes e, caso aconteça algum acidente com animal peçonhento ou algum tipo de trauma, possamos ter maior facilidade de chegar ao local para prestar os atendimentos. E nós também realizamos visitas guiadas, previamente agendadas, com estudantes, trilheiros, ciclistas e todo tipo de grupo. Basta entrar em contato pelas redes sociais ou pelo nosso telefone: (22) 2747-5316”, fala.
Área de preservação
Toda a área de extensão do Pelag é de responsabilidade do Inea, já que é uma unidade de conservação e protege remanescentes de Mata Atlântica. Segundo o gestor do Parque, Heron Costa, uma equipe de sete Guarda-Parques e ele realizam o monitoramento diário do lugar. “Buscamos coibir as irregularidades e conscientizar a comunidade local para os cuidados, porque não é permitida a pesca, caça, construção irregular, despejos e descartes de resíduos e lixos. Inclusive, algumas áreas estão repletas de lixo que os visitantes deixam”, conta.
Heron ainda explica que o Parque conta com espécies de fauna e flora na lista vermelha, ou seja, criticamente ameaçadas de extinção. “Algumas espécies são endêmicas aqui do Norte Fluminense, como o ratinho-goytaca, descoberto há pouco mais de 10 anos e que só foi encontrado na região, até agora”.