Os indicados pelo prefeito, cargos de livre nomeação e exoneração, precisam estar disponíveis também quando há prenúncio de maremoto e a sirene precisa ser tocada para alertar o povo do perigo iminente.
Quando as crises se instalam, não pode e não deve ser o legislativo a trincheira do chefe do executivo. Lá, é a casa do povo. Antes de ter vereadores participativos, legislando e cobrando ações em benefício da sociedade, a participação dos secretários é indispensável.
Os secretários respondem por suas pastas e, em regra são conhecedores dos procedimentos que fazem as suas respectivas secretarias andarem de acordo com os protocolos de gestão estabelecidos.
Salvo raríssimas exceções, não leio, ouço ou vejo os secretários e os presidentes de fundações responderem publicamente por suas pastas. Deixam a impressão que desconhecem o poder das redes sociais e o fervor que elas causam, principalmente quando temas delicados estão prestes a entrarem em pauta na Casa de Leis.
Não preciso fazer defesa de nenhum vereador da atual legislatura, mas os edis estão completamente desconectados dos secretários e presidentes de fundação.
Se há necessidade de ações conjuntas para informar com qualidade à população, que paga os subsídios dos dois poderes, isso não está ocorrendo. Sendo um ato de extrema covardia, pois transfere para a Casa de Leis, inúmeras responsabilidades que são exclusivas do executivo, ou seja, do prefeito, dos secretários e dos presidentes de fundação.
Outro ponto que precisa ser destacado é que muitos desses secretários são pré-candidatos a vereador. Desejo esse, legítimo. Porém, interessados em postular uma cadeira no legislativo municipal não possuem interesse algum em se exporem, optando pelo conforto das suas respectivas salas.
Ora! Como, por exemplo, uma mensagem governamental que interessa ao servidor público municipal não é debatida previamente com as categorias nem mesmo com os vereadores? Caros, toda ação gera uma reação, logo, tudo previamente preparado causa menos danos.
Atualmente, o mar está bravo, com ondas enormes e um vendaval com contornos de furacão. Vislumbro poucos marinheiros querendo colocar a mão no leme, nem mesmo com vontade de ajustar as velas.
A constatação que tenho é que muitos não querem entrar no mar, pois preferem a segurança, às vezes, oportunista da terra firme, onde novos prazeres podem ser realizados sem a necessidade de tirarem as máscaras.