Quando o barulho mora ao lado, e quem o faz nA?o respeita a regra do jogo, o resultado A� a aA�A?o da JustiA�a. O que acontece em alguns locais de entretenimento na Avenida Pelinca, com som alto, pode celebrar a alegria de jovens, mas ao mesmo tempo A� a agonia para milhares de moradores que pagam o IPTU mais caro de Campos, e acabam nA?o tendo direito a um sono justo. A� possA�vel a convivA?ncia do entretenimento musical com a paz do lar? LA?gico que sim. NinguA�m quer ver bares sendo fechados, mas este tem que seguir regras estabelecidas pela Lei. O pagode que acontecia no final da Avenida Pelinca, aos domingos, era absurdo.
O argumento de que o alto e bom som era desligado A�s 22h A� uma premissa sem pernas, ou seja, corpo do argumento nA?o se sustenta. NA?o existe mais horA?rio, a velha lei do silA?ncio. Mesmo de dia, se o som ultrapassar um certo limite quem o produz pode ser multado.
Voltando A� convivA?ncia do lazer com o morar, nA?o A� preciso ir a Curitiba para buscar um bom exemplo. Em Campos mesmo existe um que cabe como uma luva neste contexto. Na rua Conselheiro Otaviano funcionava a melhor boate de Campos, com som bem mais agudo do que o repique dos pagodes.
A diferenA�a A� que essa boate investiu na A�poca um bom dinheiro para fazer um tratamento acA?stico perfeito. Do lado de fora nA?o se ouvia nada. EntA?o, se alguA�m quer promover lazer neste nA�vel, tem que ser assim e, hoje, as tA�cnicas sA?o melhores e mais baratas.
O que acontece na Pelinca, avenida que virou bairro, A� uma inversA?o de responsabilidades. Um empreendedor aluga uma casa, o transforma em um bar, coloca a mA?sica ao vivo nas alturas e o morador A� quem tem que gastar fazendo o tratamento acA?stico da sua moradia.
SA?o muitos os apartamentos na Pelinca onde moradores foram forA�ados a investir em janelas antirruA�dos e outros sistemas de isolamentos acA?sticos. Em um outro aspecto do problema estA? a circulaA�A?o de carros, que sA?o verdadeiros filhotes de trio-elA�tricos, tirando o sossego de todos, com mA?sica de pA�ssimo gosto.
HA? meia dA?zia de anos, um bar que se intitulava a�?Pagode do Blacka�?, na rua Saldanha Marinho, A?rea chamada nobre, foi sumariamente fechado por nA?o respeitar a vizinhanA�a. Os moradores decidiram comprar o barulho e entraram na JustiA�a. Nunca mais o pagode voltou.
Pode parecer que A� uma questA?o elitista, do tipo a Pelinca nA?o combina com pagode, e que melhor seria mA?sica clA?ssica diriam os mais exagerados. Tanto faz pagode, rock ou atA� mA?sica sacra. Se estiver acima dos padrA�es determinados pela lei, o volume tem que baixar, porque antes de tudo isso A� uma questA?o nA?o sA? de comportamento, mas de saA?de pA?blica. A� possA�vel harmonizar essa questA?o na Pelinca a partir do bom senso.
A� preciso que os donos de bares procurem se inteirar sobre a Lei, sobre o que pode ser feito em tornos de tratamento acA?stico, entre outras coisas. O bairro tem essa vocaA�A?o de vida noturna, mas antes de tudo tem que ser respeitado o direito sagrado do sono alheio.