A atendente Cláudia Márcia conta que a razão para o surgimento dessa enorme quantidade de mosquitos seria o canal que atravessa o bairro e fica próximo a algumas casas.
“A partir das 17h, a gente tem que trancar tudo. Gastei um bom dinheiro na minha casa com telas, porque a minha filha é alérgica, sem contar com repelentes e produtos para eliminar os mosquitos. Está bem complicado. A limpeza do canal ocorreu em novembro de 2016 e em 2017 nada foi feito. Na época, com a limpeza o mosquito sumiu, mas agora piorou muito”, relata.
O morador Fernando dos Santos concorda que a situação do bairro vem piorando ao longo do tempo e também reclama da quantidade de lixo e entulho espalhados pelas ruas e próximo ao canal.
“Eu moro aqui há 11 anos e essa situação vem simplesmente aumentando, porque tem dois anos que não foi feita nenhuma limpeza no canal e agora com o acúmulo de lixo aumentou a vazão das problema, porque é lixo, as algas no canal e a falta de limpeza. Isso está piorando cada dia mais. A única coisa que funciona é a coleta seletiva. O fumacê tem dois meses que não passa por aqui e ajudava a afastar os mosquitos. Agora não tem mais isso. A gente precisa de ajuda para resolver essa situação”, desabafa.
Segundo a secretaria de Desenvolvimento Ambiental, a previsão é de que nos próximos meses se inicie a limpeza da vegetação – dentro do espelho d’água – dos canais, visto que o levantamento de todo canal urbano já foi realizado, dependendo somente do processo de licitação, já em fase final.
A superintendência de Limpeza Pública informou que nos próximos meses deve ser implantado um Ponto de Entrega Voluntária de Entulho (Peve) no bairro, destinado ao descarte de entulhos, além dos já existentes. Em casos de flagrante no descarte inadequado de resíduos, a população deve entrar em contato com a superintendência de Postura Municipal, através do telefone (22) 98168 3645, ou com a Superintendência de Limpeza Pública, através do telefone (22) 98175-1882, que irá ao local para tomar as providências necessárias através de orientação e multa, caso haja reincidência.
O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Campos informa que monitora todas as regiões do município, e com base nesse estudo é identificado que o mosquito encontrado em algumas regiões, como do bairro Julião Nogueira, é da espécie Culex, que não transmite doença e pode ser combatido com inseticida comum. Ainda segundo o CCZ, o carro fumacê só é indicado, pelo Ministério da Saúde, em caso de alto índice larvar do mosquito Aedes aegypti nos bairros.