O delegado Vinícius Venturini da Polícia Federal de Campos divulgou, na tarde desta sexta-feira (8), os detalhes da Operação Cardiopata que foi desencadeada ainda durante a madrugada. A PF prendeu 13 dos 15 envolvidos no esquema que fraudava o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) por meio de documentos falsos que atestavam doenças inexistentes em pacientes.
O delegado não informou o nome dos envolvidos, porém, o Jornal Terceira Via apurou com fontes que os médicos Evaldo Cretton, Renato Rabelo Amoy, Jairo Perissé e Admardo Henrique Tavares, estão entre os presos. O suposto líder do grupo, Rogério Vasconcelos Maciel, está foragido. O último suspeito que não foi preso – e também não teve o nome revelado – está em viagem fora do Brasil e informou à PF que irá se apresentar assim que retornar do exterior.
Jairo Perissé é um dos donos da clínica Perissé, em Campos. Já Admardo foi candidato duas vezes a vereador em Campos, porém nunca se elegeu. Rogério, segundo a PF, era o intermediário do bando. Ele aliciava pacientes e encaminhava aos médicos para elaboração de documentos que atestavam falsamente a cardiopatia- doença do coração – e resultava em benefícios do INSS para os pacientes.
A operação aconteceu em Campos, São João da Barra, Italva e Casimiro de Abreu e reuniu 120 policiais federais. Foram cumpridos ainda 15 mandados de busca e apreensão e 20 de condução coercitiva. A PF comprovou pelo menos 34 fraudes que geraram prejuízos da ordem de R$ 4 milhões à Previdência Social.
Os presos vão responder pelos crimes de estelionato previdenciário, corrupção passiva e ativa, peculato e violação de sigilo funcional.
Os médicos também serão investigados administrativamente e eticamente pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj). De acordo com o coordenador do órgão, em Campos, Mackhoul Moussalem, a instituição será notificada pela PF, que irá abrir uma sindicância para apurar o grau de participação dos profissionais no esquema. “Em seguida acontece o julgamento e a punição que pode resultar na cassação dos diplomas médicos. Todo esse procedimento pode durar um ano”, concluiu Moussalem.
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