Sair pelas ruas do Centro de Campos e ouvir histórias de furtos e assaltos a comércios já tem se tornado uma rotina. A sensação de insegurança toma conta dos consumidores que andam pelas ruas e correm o risco de serem assaltados e também dos comerciantes, que na maioria das vezes, têm seus estabelecimentos furtados durante a madrugada – momento em que as lojas ficam fechadas. Alguns dos bandidos chegam a arrombar as lojas e quebram vidros e portas, aumentando ainda mais o prejuízo para o dono do comércio.
O mais recente
O caso mais recente foi registrado em uma franquia de roupas unissex na Rua 21 de Abril, no Centro da cidade. Os administradores não quiseram se pronunciar e também não revelaram o valor do prejuízo, tampouco a forma a qual os bandidos utilizaram para invadir o estabelecimento.
Na contramão à resistência de certos comerciantes de denunciarem o crime, o estilista Nelcimar Pires não se calou quando seu atelier foi invadido na madrugada do dia 21 de agosto. “Neste momento infelizmente na Delegacia de Campos fazendo um boletim de ocorrência …. meu Atelier foi Assaltado…. quebram (sic) tudo e roubaram muita coisa … em fim …. vão os anéis , ficam os dedos …. quando teremos paz ?????”.O estilista usou a rede social para informar aos clientes e amigos sobre a ocorrência.
Uma loja de roupas e acessórios localizada na Travessa Carlos Gomes, na área central, foi arrombada também durante a madrugada do dia 14 de junho. A porta metálica do estabelecimento e a vitrine de blindex foram danificadas. Uma televisão foi retirada do suporte na parede, porém, abandonada no local. O arrombamento foi descoberto na manhã do dia seguinte. A Polícia Militar esteve no local. Imagens de câmeras de segurança instalados nas redondezas não ajudaram na elucidação do crime.
A proprietária da loja reclamou da segurança no Centro. “Não é possível que ninguém tenha ouvido nada. Uma ação como essa faz muito barulho. Dizem que não há moradores na Travessa, mas há segurança em um prédio próximo. A gente está muito vulnerável”, afirmou.
Somente em um fim de semana de julho, dois comércios foram furtados: um na Rua Treze de Maio e outro no calçadão Boulevard Francisco de Paula Carneiro. Os suspeitos levaram dinheiro e objetos das respectivas lojas. Ainda no mesmo mês, uma perfumaria foi assaltada duas vezes, desta vez, durante o dia.
Número cresceu Antabuse reviews
De acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro, no primeiro semestre deste ano, os furtos a comércios e residências em Campos cresceram 144% e 127%, respectivamente. Entre os comerciantes e empresários, a opinião é divergente quanto à segurança oferecida pela Polícia Militar. “Às vezes a gente vê uma viatura parada aqui no calçadão. Mas, ainda assim, é possível notar a presença de alguns elementos estranhos observando os comércios, os transeuntes, o movimento de uma forma geral.
O fato é que a bandidagem está ousada e a polícia sem o suporte necessário para fazer um bom trabalho”, ressaltou o gerente de uma loja de calçados do Boulevard Francisco de Paula Carneiro, que teve a identidade preservada. Emanuela Gomes, administradora de uma loja de roupas femininas da área central, disse que a polícia “passeia” pela cidade. “O que eles chamam de ronda, eu chamo de passeio. É só observar como eles (policiais) ficam. Quando param aqui no Centro, por exemplo, ficam ao celular. E quando passam de viatura ostentando aquelas armas pra fora do carro, acham mesmo que intimidam bandido?”, questiona.
O comandante do 8o Batalhão da Polícia Militar de Campos, tenente-coronel Fabiano Santos, disse que, de segunda a sexta, quatro duplas se dividem em um policiamento ostensivo geral e uma viatura percorre as ruas do Centro das 8h às 19h. Já aos sábados o mesmo esquema de segurança é realizado até às 13h. “A PM não consegue estar em todo lugar o tempo todo. As viaturas têm rotas que o Serviço de Inteligência aponta, o que chamamos de mancha da criminalidade. Estas rondas são possíveis graças à colaboração dos cidadãos que denunciam e registram crimes. A polícia precisa da colaboração da população para evitar crimes contra o patrimônio ou contra o cidadão.
Monitoramento
O sistema de monitoramento privado que muitas empresas oferecem, para a PM, é a população. “É muito importante também seguir algumas dicas de segurança. Pessoas em atitudes suspeitas e, nos piores casos, quando alguém realmente consegue invadir uma residência ou um comércio, temos o número 190 disponível para atender emergências”, enfatiza o tenente-coronel.
Nem os órgãos públicos escapam da ação de bandidos A sede do Conselho municipal de Educação de Campos, na Rua Sete Capitães, no Centro, foi arrombada três vezes em menos de um mês. Nas duas primeiras, os invasores não levaram objetos de valor, mas reviraram armários que guardaram documentos. Porém, na madrugada do dia 30 de janeiro, os bandidos furtaram um computador. Há a suspeita que o aparelho tenha na memória dados importantes do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Nenhum suspeito foi identificado ou preso.
lioresal reviews Ação dos criminosos além da área central
Comerciantes e moradores da nobre Avenida Pelinca denunciaram, através das redes sociais, em agosto deste ano, que bandidos estavam usando outra modalidade de crime: eles quebram os vidros de carros estacionados nas ruas do bairro para furtar pertences dos motoristas. Em outra postagem, internautas também denunciaram o mesmo caso, desta vez, na Rua Doutor Beda, no Parque Rosário.
Segundo uma das postagens, suspeitos teriam, somente em um dia, arrombado quatro veículos para o furto de pertences, na Rua Conselheiro José Fernandes, nas proximidades da Rua Rovenil Rodrigues de Moraes. A publicação teve vários compartilhamentos e diversos comentários de pessoas sobre a violência e os constantes furtos e roubos que acontecem pelos bairros da cidade diariamente. Sobre estes casos, a Polícia Militar não se manifestou até o fechamento desta edição.