Começou na manhã desta sexta-feira (19), a dragagem da barra do canal da Barra do Furado, no limite entre os municípios de Campos e Quissamã. O trabalho foi iniciado com uma “dragline” cedida a Campos pela secretaria estadual do Ambiente (SEA), deslocada do Canal Cambaiba, que estava sendo desassoreado. Uma máquina, pertencente à Prefeitura de Quissamã, vai auxiliar nos trabalhos.
“A retirada dessa areia acumulada na entrada da barra vai permitir que os barcos voltem a entrar e sair do ancoradouro, o que não acontece há várias semanas”, explicou o superintendente municipal de Agricultura e Pecuária, Nildo Cardoso, que conseguiu a liberação da máquina junto ao secretário estadual do Ambiente, André Corrêa. Nildo foi ver de perto o início da dragagem, acompanhado do superintendente de Pesca e Aquicultura, José Roberto Pessanha, o Betinho.
Cerca de 80 barcos estão presos no ancoradouro, sem condições de sair para o mar devido ao fechamento da barra. E outros 500 de toda a região que semanalmente movimentavam a localidade, não conseguem entrar para aportar e acabam descarregando em outras cidades, como Macaé, e até em municípios do Espírito Santo, afirmam os pescadores.
“Eu tinha quatro barcos, mas um virou tentando entrar na barra e quebrou. A esperança é que em breve estaremos de novo entrando no canal e movimentando a economia local”, afirmou o dono de barcos Adilsandro Ferreira. Segundo ele, a barra fechada prejudica principalmente frigoríficos, postos de combustíveis, fábricas de gelo, pessoas que trabalham na manutenção dos barcos e outros pequenos pontos comerciais da região.
Outro otimista após o início da dragagem é o superintendente Betinho. “Em pouco tempo acaba o defeso do camarão, e precisamos ter condições de fazer o desembarque do crustáceo e mandar para Santa Catarina. São cerca de 600 toneladas, por mês, gerando grande circulação de renda em toda essa região. Com a abertura da barra, tudo voltará ao normal”, explicou.
Desta vez a dragagem será feita de forma diferente em relação à última, ocorrida em setembro do ano passado, quando os sedimentos retirados foram acumulados em uma das laterais e acabou sendo, aos poucos, levado de volta para o mesmo local pelas correntes marinhas e marés. Com uma autorização do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), toda a areia retirada será empurrada com uma pá mecânica para o lado oposto ao aterro, a cerca de 100 metros da barra.