Já disseram por ai que os pais devem tratar bem seus filhos, porque eles escolherão no futuro o asilo onde passaram os restos dos seus dias. É um ditado equivocado, mas que muitas vezes corresponde à realidade, infelizmente, com filhos tratando pais como se fossem fim de dias e restos de vida. O Jornal Terceira Via vasculhou a realidade de dois grandes asilos de Campos, cheios de grandes problemas e enormes dificuldades. Uma sequência de descasos que não se pode colocar a culpa em um único indivíduo, pois se trata de um descaso da coletividade. Hoje temos um novo conceito sobre a chamada terceira idade. Existem pessoas de 65 anos trabalhando como cuidadora de idosos.
Definir a palavra idoso hoje é uma tarefa quase que filosófica. Idoso é uma palavra que envelheceu, porque o idoso rejuvenesceu. Não podemos mais conceber asilos como depósito de pessoas que partiram sem terem ido. Elas estão lá, vivas, e se a vida está debilitada é porque a deixamos de lado. Não é só o espaço físico deteriorando, mas a própria vida. Asilos onde as pessoas estendem aos mãos como que cata esmolas, não correspondem a evolução que um sociedade que busca ser cada vez plural. Antes essas pessoas usaram suas mãos para o trabalho, para apertar outras mãos em gestos de concórdia e civilidade. Não justo que as linhas da palma destas mãos tenham se entrelaçadas na formo de nó cego. Elas não querem apenas afagos de outras mãos. Eles querem tocar em seus direitos, e têm todo direito a isto.
Chegou a hora de a sociedade que está envelhecendo com mais saúde passar a enxergar esse problema mais de perto e sob um outro olhar, afinal lá existem vagas que no futuro ninguém quer ocupar. Que asilos, quando necessários tenham um conceito de centro de convivência, e não de uma estranha estação onde a vida está de partida. Uma reflexão que deve ser feita por todos, de todas as idades. Que esse tipo de asilo esteja com seus dias contatos.