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Aryzão volta a receber jogos profissionais após 500 dias

Liberação do estádio possibilita que a cidade volte a ser palco de futebol profissional

Campos
Por Yan Tavares
8 de junho de 2025 - 0h04
Em dia|Com capacidade para 12 mil, estádio teve autorização para receber 2.870 torcedores (Foto: Divulgação)

Mais de um ano e meio. Exatamente 562 dias. Este foi o período em que o Estádio Ary de Oliveira e Souza ficou sem receber jogos oficiais. Casa do Goytacaz, o Aryzão, situado no Centro de Campos, volta a ser o único estádio em condições de sediar partidas do futebol profissional do Estado do Rio de Janeiro na cidade.

A reabertura ao público aconteceu na partida entre Americano e Petrópolis, válida pela 6ª rodada da Taça Santos Dumont – fase de grupos da Série A2 Estadual (2ª divisão do Campeonato Carioca). A volta do estádio com jogo do rival do clube dono da casa tem um significado a mais. Foi justamente a união entre os dois maiores rivais que possibilitou que o município pudesse voltar a ter permissão da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) para sediar jogos.

Condição que possibilita à área central da cidade voltar a ser movimentada com futebol. Em 2024, os times campistas em atividade, que eram o Cano e Campos Atlético, jogaram no estádio Antônio Ferreira de Medeiros, em Cardoso Moreira. O Goyta passou a temporada licenciado. 

“Como campista e amante do esporte, é uma satisfação poder ver o povo de Campos mais perto do futebol e do nosso time. Ter a chance de, enfim, jogar mais perfil do nosso torcedor, na nossa cidade, é muito bacana para nós”, comenta a presidente do Americano, Laila Póvoa.

A ideia do Glorioso era jogar no Ary desde o começo do Estadual. Mas restrições na estrutura do estádio e as condições do gramado dificultaram que isso acontecesse. Primeiro, a vistoria da Ferj embargou o estádio, apontando falhas que impediram a concessão do Laudo de Verificação de Estrutura (LVE) – entre elas a falta de condições para instalação da cabine do VAR em jogos decisivos – e questões também referentes ao Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA). 

Enquanto as soluções eram buscadas, um trabalho de recuperação foi feito no gramado pela diretoria do Cano, melhorando consideravelmente o seu estado. Depois, uma análise da Vigilância Sanitária impediu a liberação. Agora liberado, o Aryzão deve receber jogos durante todo o ano, servindo como casa da equipe Alvinegra também na Copa Rio e do Goytacaz, na Série B2, em setembro. O vice-presidente do Alvianil, Leandro Nunes, conta que a atual gestão encontrou a casa do Azul do Povo com todos os laudos pendentes e estrutura precária. 

“Quando assumimos (nova diretoria foi legitimada pela Justiça em fevereiro deste ano, mas havia sido eleita no clube em julho de 2024), não tinha laudo de Polícia Militar, Bombeiros, nada. Não tinha nenhum laudo liberado, tivemos que viabilizar todos. Recuperamos também o sistema de irrigação, que estava praticamente perdido. Sem falar na situação do gramado, que já evoluiu muito desde que chegamos”, conta.

Laudos necessários
Para ter o aval necessário para sediar jogos profissionais no futebol estadual, um estádio precisa ter quatro laudos: Polícia Militar, Vigilância Sanitária, LPCI (Laudo de Proteção Contra Incêndios), concedido pelo Corpo de Bombeiros, além do LVE/ SPDA, que é balizado pela Ferj. O Ary de Oliveira e Souza foi liberado para receber 2.870 torcedores, apesar de ter capacidade para 12 mil pessoas. O vice-presidente do Goyta explica que a liberação parcial foi feita a partir de um entendimento entre o Alvianil e o Americano.

“Juntos entendemos não haver necessidade de autorização para público superior, pois demanda uma série de outras exigências e custos desnecessários para o momento atual. Mas, reforçamos que o estádio está em plenas condições de receber a lotação completa que tem capacidade”, completa.