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Operação Caballus: segundo Delegada, quadrilha investigada por fraudes na saúde movimentou R$ 220 milhões

De acordo com a delegada Ana Carolina Medeiros, esquema movimentou R$220 milhões em cinco anos e envolve proprietário de rancho

Polícia
Por Redação
13 de maio de 2025 - 11h40
Foto: Silvana Rust

A “Operação Caballus”, deflagrada pela Polícia Civil nesta terça-feira (13), cumpriu 10 mandados de busca e apreensão, todos em Campos. Um dos principais alvos foi um rancho, apontado como peça central do esquema de lavagem de dinheiro. No local, foram apreendidos cavalos de alto valor, veículos de luxo e documentos que reforçam as suspeitas contra o grupo.

A operação investiga um esquema de corrupção envolvendo contratos públicos na área da saúde em diversos municípios do estado do Rio de Janeiro, com foco principal em Campos. A ação teve como alvo um grupo suspeito de fraudar licitações por meio de empresas de fachada, que teriam movimentado, entre 2018 e 2023, ao menos R$ 220 milhões. Ninguém foi preso até o momento.

Durante coletiva de imprensa, a delegada Ana Carolina Medeiros, da Delegacia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (DCC-LD), explicou que o esquema consistia na criação de empresas inexistentes, sem capacidade técnica ou operacional, para simular concorrência em licitações públicas. Vídeo

“A gente estima que esse grupo criminoso tenha movimentado, entre os anos de 2018 e 2023, cerca de 220 milhões de reais. Pedimos ao Judiciário o bloqueio desse valor e chegamos à conclusão de que essas empresas de fachada de fato eram inexistentes, não tinham capacidade operacional para fornecer esses produtos, serviços, medicamentos, materiais, essas empresas se prestavam ali a beneficiar o líder dessa organização criminosa, que é o Wagner Crespo, que é o proprietário do rancho Gabriela”, afirmou a delegada.

As contratações ilegais foram identificadas em processos realizados por prefeituras da região, como a de Campos, Quissamã e São Fidélis. Os valores obtidos nas fraudes serviram para bancar desde despesas até a compra de cavalos de raça, com valor estimado em até R$ 3 milhões.

Ainda segundo a delegada, essa é apenas a primeira fase da operação. A Polícia agora vai analisar o material apreendido e aprofundar as investigações, inclusive quanto à eventual participação de servidores públicos.

“Não há mandados de prisão por ora. Nesse primeiro momento a gente está nessa camada dos empresários e das empresas e a gente vai aprofundar para entender esse vínculo aí com os entes públicos. As investigações vão ter prosseguimento para a conclusão do inquérito e aí a gente vai ter uma segunda fase”, disse a Delegada.

Em nota, a Prefeitura de Campos afirmou que “Conforme noticiado, as investigações tiveram início em 2018, durante o governo anterior. Na atual gestão, há um rigoroso controle sobre suas aquisições, tendo, inclusive, uma empresa de logística específica para a área da Saúde, cujos serviços incluem recebimento, conferência e distribuição. A Prefeitura está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos, inclusive, franqueia a visita ao seu centro operacional de distribuição”.

A reportagem também fez contato com as Prefeituras de Quissamã e São Fidélis e aguarda retorno para atualização.