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Cadeirantes se queixam de falta de acessibilidade em Macaé

No Centro, calçadas sem padronização dificultam a locomoção

Região
Por Redação
28 de setembro de 2023 - 13h44
Dona Vera Lúcia conta com ajuda para atravessar a rua (Fotos: Silvana Rust)

O município de Macaé, conhecido por ser base da Petrobras, pela vultosa quantia recebida em royaltes e por abrigar empresas offshore, ao que parece, não vem utilizando os recursos recebidos para investimento em acessibilidade. No centro da cidade é fácil perceber as dificuldades que pessoas com dificuldade de locomoção enfrentam para realizar suas atividades. Para os cadeirantes é difícil tentar levar uma vida normal, visto que os obstáculos são muitos.

No Calçadão Rui Barbosa, no Centro, Carlos André, cadeirante há 16 anos, desde que sofreu um grave acidente, se esforça para chegar a qualquer destino. Sozinho, mesmo utilizando uma cadeira motorizada, ele afirma que é complicado transitar pelo local, que tem o piso bastante irregular. As calçadas não seguem uma padronização, tendo partes altas e outras baixas, fazendo com que, na maior parte do trecho, ele necessite contar com o apoio de outras pessoas para conseguir se locomover.

Carlos André relata dificuldades

“E não é só aqui no Centro, por onde eu passo tenho problemas de acessibilidade, a cidade não está preparada, não pensa nos cadeirantes”, ressalta Carlos André, dizendo que até no Centro de Especialidades Médicas Dona Alba, onde notadamente diversas pessoas com enfermidades e dificuldades de locomoção passam todos os dias, a questão é precária.

Ele também conta que por falta de ordenamento das calçadas, como material de obra às vezes deixado inapropriadamente, bancas de vendedores ambulantes e outras obstáculos, muitas vezes ele precisa ir para rua, dividindo espaço com os carros, tornando o trajeto perigoso.

Dona Vera Lúcia tem a perna esquerda amputada

Na Praça Veríssimo de Melo, Dona Vera Lúcia, aposentada, se esforça para pilotar sua cadeira de rodas. Empacando nos ressaltos do piso, ela relata que precisou ir ao Centro resolver questões relativas à sua saúde e que no trajeto inteiro precisou contar com a ajuda da população para chegar onde necessitava. Ela teve a perna esquerda amputada e tem diversos problemas de saúde.

Dona Vera conta que já passou por 11 cirurgias e que na maior parte das vezes precisa sair de casa sozinha. Para ela, transitar em Macaé numa cadeira de rodas é um desafio. “Infeliz de mim se não fosse a população, graças a Deus sempre tem uma pessoa disposta a ajudar, às vezes a pessoa está com pressa, com hora marcada, mas para pra dar uma ajuda. Sozinha fica impraticável”, comenta a cadeirante, relatando que a falta de padronização das calçadas é uma dificuldade grande. “Não basta ter rampa nos lugares, se às vezes a calçada está esburacada, ou é muito alta pra gente subir, ainda mais nessa cadeira, que depende da minha força”, lamenta.

Questionada sobre a questão da acessibilidade no município, a Prefeitura de Macaé não respondeu.