Para falar dos meus livros de literatura infantil, antes preciso falar da minha infância. Ela foi muito especial entre os montes das Minas Gerais: gibis que mamãe comprava do revisteiro que vinha de trem, um jogo de pingue-pongue, como chamava na época, animais, muito verde, muitos amigos, uma boneca de louça, invencionices e afetos.
Nessa vila, cabia meu mundo e lá está minha inspiração.
Sempre que escrevo para os menores, há sempre uma palavra, um cheiro, uma lembrança que me remetem à infância: o meu baú de bugigangas preciosas.
Desde pequena, sonhava com livros de capa dura, com príncipes, princesas, sapos e duendes. Eu não os tinha na época. Realizei esse sonho quando assinei meu primeiro contrato com uma grande editora: Saraiva. Eles me doaram 60 livros a minha escolha.
Foi para mim uma Mega Store. Essa foi a época em que escrevia livros didáticos de Língua Portuguesa.
Nos últimos anos, tenho escrito literatura infantil e poesia para pequenos e grandes. Na época da pandemia, minha produção aumentou e meus estudos sobre o assunto também. Fiz oficinas de escrita criativa. Adorei! E, a partir desse ambiente, conheci pessoas incríveis. São pessoas que moram em outros estados, em outros países e, ao mesmo tempo, tão próximas.
A minha primeira publicação literária foi Doce Poesia (edição: Super Bom) e agora, o novíssimo Cadê? pela Editora Rota Imaginária – Paraná. Logo, logo chegarão Nino e Mistério Caramelo pela Editora Giostri – São Paulo.
O Cadê é um livro para crianças criativas e curiosas que gostam de fazer perguntas e de imaginar múltiplas respostas. Por exemplo: o que teria na casa da imaginação?
“Raios, rios, rimas e riachos.
Um punhado de vento, muita emoção.
Cachos de palavras, cobras e lagartos.”
Além disso, é um livro que traz muitas referências, especialmente os contos clássicos, estabelecendo uma espécie de “diálogo” entre as narrativas. Essa característica dá à obra mais possibilidades de produção de sentidos.
Numa livraria, provavelmente, o Cadê estará recomendado para crianças que estejam no Ensino Fundamental I, mas para ler literatura infantil basta gostar de brincar com as palavras. Não há limite de idade.