Ao menos 170 pessoas morreram e milhares estão desaparecidas devido às chuvas dos últimos dias na Europa, que estão fazendo os rios transbordarem e levarem tudo pelo caminho principalmente na Alemanha e na Bélgica, segundo as autoridades locais.
O país mais afetado é a Alemanha, onde 143 mortes foram confirmadas até o momento e 1,3 mil pessoas estão desaparecidas apenas em um distrito ao sul de Colônia, no oeste do país.
É o maior número de mortos em um desastre natural na Alemanha desde 1962 (quando uma enchente no Mar do Norte deixou cerca de 340 mortos) e a maior quantidade de chuva no país em um século.
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As inundações no rio Elba, que em 2002 foram anunciadas como “inundações que acontecem uma vez por século”, mataram 21 pessoas no leste da Alemanha e mais de 100 em toda a Europa.
As chuvas deste ano têm afetado também a Bélgica, onde 24 pessoas morreram e 20 estão desaparecidas, e Holanda, França e Luxemburgo em menor intensidade.
O que se sabe até o momento:
143 mortos na Alemanha (90 no estado da Renânia-Palatinado e 43 no estado da Renânia do Norte-Vestfália);
1,3 mil pessoas desaparecidas no distrito de Ahrweiler, na Renânia do Norte-Vestfália, a cerca de 40 km ao sul da cidade de Colônia;
27 mortos e ao menos 20 desaparecidos na Bélgica;
114 mil casas sem energia na Alemanha, segundo a maior empresa de distribuição do país.
Na Alemanha, as cidades e vilas mais afetadas estão no curso do rio Ahr, que nasce quase na fronteira com a Bélgica e deságua no rio Reno. O vale do rio Ahr é famoso pela produção de vinho tinto, e a cidade mais importante da região é Bad Neuenahr-Ahrweiler.
Na Bélgica, a região mais afetada é a Valônia, cuja principal cidade é Liège. Os maiores estragos estão em cidades e vilas ao longo do rio Mosa, que nasce na França, passa pelo país e adentra a Holanda, e também do rio Vesdre, perto da fronteira com a Alemanha.
A ministra do Interior belga, Annelies Verlinden, disse a uma TV local nesta sexta que continua crítico o nível das águas do rio Mosa e vários diques correm o risco de ruir (veja mais abaixo).
Clare Nullis, porta-voz da Organização Meteorológica Mundial, afirmou que algumas partes da Europa Ocidental receberam até dois meses de chuva em apenas dois dias. “O que piorou é que os solos já estavam saturados pelas chuvas anteriores”.
Brasileiros entre os afetados
Marcela da Silva Amandio mora com o marido, Lucas, e a filha de 7 anos em Bad Neuenahr Ahrweiler. O bairro foi devastado pela água. O temporal destruiu carros, casas e até a estrutura da cidade.
Já a enfermeira carioca Lívia Nogueira, de 30 anos, mora em Erfstadt, na Alemanha, há 9 meses. Com a rápida subida das águas ela precisou retirar seus pacientes com urgência do centro médico que terminou interditado.
“Eu estava sem força, cansada. Tinha que levantar a cama [do paciente] para conseguir que a roda andasse [no terreno irregular de fora do hospital]”, diz.
Fonte: G1