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Campistas enfrentam o coronavírus pelo mundo

Nos Estados Unidos e Europa, eles relatam a rotina de quarentena devido à pandemia mundial

Comunidade
Por Redação
23 de março de 2020 - 0h01

POR OCINEI TRINDADE E ALOYSIO BALBI 

Grupo de campistas que foi viver em Portugal (Foto: Acervo Pessoal)

Viver fora do Brasil em busca de uma vida melhor, mais segura e mais confortável, com a chegada do novo coronavírus, que se tornou pandemia, a situação da população em geral é de apreensão e medo da doença. Alguns brasileiros da cidade de Campos dos Goytacazes contaram ao Jornal Terceira Via o que estão passando em diferentes países. A rapidez de transmissão do vírus, além das mortes na Itália, sobretudo, mudaram a rotina de milhões de pessoas que estão confinadas sob quarentena para evitar contágio. Mas a maior preocupação deles é com os familiares que estão no Brasil.

 

Luciano Couto: (Porto, Portugal)

Empresário da construção civil, desde setembro de 2019 está em Portugal. Os negócios iam bem, pois há falta de moradias no país, disse Luciano Couto, mas o novo coronavírus mudou tudo. “A recomendação é ficar em casa. O país vive estado de emergência. As pessoas estão bem assustadas com o que está acontecendo na Itália e Espanha. Tudo está fechado. Fronteiras fechadas. Só caminhão passa com carregamento. Os poucos comércios abertos atendem as pessoas do lado de fora. Supermercados, farmácias e hospitais ficam abertos. Não há leito hospitalar disponível para todo mundo, isso assusta”, relata.

Geovane Mendes (Orlando, EUA)

O jornalista Geovane Mendes mora em Orlando, Florida, há quase dois anos. Ele diz que não percebeu um pânico generalizado na cidade, mas relatou que há uma certa organização.

“Aqui, só no ano passado, passaram 50 milhões de turistas. É um lugar que as pessoas se previnem de furacões. Existe muita informação. Os hospitais estão sempre preparados e a população acostumada a se unir, sabe ficar em casa. Eles respeitam as leis ao extremo. Em alguns supermercados, faltam produtos”

De acordo, com Geovane, os preços dos alimentos na Flórida não subiram. “Estamos preparados aqui nos Estados Unidos. A minha preocupação fica por conta de amigos e familiares que vivem no Brasil, isso sim me tira o sono”, revela.

 

Péricles Emmanuel (Huntington, Califórnia, EUA)

O cantor e bailarino Péricles Emmanuel saiu de Campos em 1993. No ano seguinte, foi para Miami, EUA, para trabalhar em espetáculos. Viveu em várias cidades norte-americanas. O artista mora atualmente no estado da Califórnia. “Aqui, aparentemente, está tranquilo, apesar de me assustar muito ver as prateleiras vazias. Não achei papel higiênico, toalha de papel, e frutas como banana quando fui ao supermercado. Por outro lado, me tranquilizo por não estar infectado. As pessoas sabem do problema. Muita gente está trabalhando em casa. Cassinos, cinemas, estádios, restaurantes, tudo fechou. Sempre fui paranóico com limpeza. Agora, com o coronavírus, fiquei ainda mais exigente com assepsia, lavar sempre as mãos. Eu e meu parceiro estamos bem, nos cuidando”, conta.

 

 

Carolina Zanetti (Cork, Irlanda)

Formada em psicologia e letras, a professora Carolina Zanetti chegou a Irlanda no dia 7 para passar um ano, e aperfeiçoar o inglês. Chegou a Europa com os casos de coronavírus se espalhando rapidamente. “Fiz conexão de voo do Rio em Lisboa. Não tinha quase ninguém usando máscara. Cheguei a Dublin, peguei um ônibus para Cork. Vou me mudar de hospedagem em breve. As acomodações estavam muito caras, mas por causa do coronavírus, estão baixando preços. Tem fronteiras sendo fechadas, suspensão de voos. Muitos brasileiros aqui não estão conseguindo viajar. Quem é da Europa está tentando voltar para seus países. As aulas estão suspensas. Eu estudaria em uma sala convencional, mas estou estudando à distância com uso do Skype. Quase ninguém sai às ruas sem necessidade”, diz.

 

Cenira Campos, (Bruxelas, Bélgica)

Em agosto de 2018, Cenira Campos se mudou para Portugal com o marido e as filhas. Um ano depois, foram viver em Bruxelas, capital belga. Há uma semana, sua rotina mudou bastante. Lojas no geral só funcionam durante a semana. Final de semana somente supermercados e farmácias. As escolas fecharam por cinco semanas. Muitas empresas adotaram o home office, com o intuito de reduzir o trânsito de pessoas nas ruas. Meu marido está trabalhando à distância, em casa. As saídas estão autorizadas somente para comprar comida, remédio ou abastecer o carro. Estão proibidos grupos com mais de três nas ruas. Estou apreensiva no geral, porém temos condições de ficar várias semanas sem sair. Fico mais preocupada com a situação do Brasil, pois avisamos a amigos e parentes, alguns dias antes, para se precaverem. Eles acharam que isso não aconteceria no Brasil”, afirma.