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Defesa de Bolsonaro recorre ao STF e pede revisão da pena de 27 anos por tentativa de golpe

Advogados alegam cerceamento de defesa e ausência de individualização da pena aplicada pela Primeira Turma da Corte

Justiça
Por Redação
28 de outubro de 2025 - 8h01
Ex-presidente Jair Bolsonaro em sua casa, em Brasília (Reprodução Agência Brasil)

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou, na noite de segunda-feira (27), embargos de declaração ao Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo a revisão da condenação de 27 anos e três meses de prisão imposta pela Primeira Turma da Corte. O ex-presidente foi condenado por tentativa de golpe de Estado, atentado contra o Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

No recurso, os advogados de Bolsonaro afirmam que a decisão contém “omissões, contradições e obscuridades” e pedem que a Corte esclareça e reavalie pontos do acórdão. A defesa questiona a dosimetria da pena, alegando que não houve individualização adequada das condutas e que foram aplicadas circunstâncias desfavoráveis sem justificativa concreta.

“Não se sabe o que significou cada uma das circunstâncias consideradas pelo relator como ‘amplamente desfavoráveis’. Chegou-se, sem qualquer cálculo ou demonstração, ao elevado aumento da sanção”, diz um trecho do documento apresentado ao STF.

Os advogados também sustentam que houve cerceamento de defesa durante o processo. Segundo eles, a equipe não teve acesso integral às provas e tempo hábil para analisá-las. O texto informa que a defesa recebeu cerca de 70 terabytes de dados perto do encerramento da fase de instrução, o que teria impossibilitado o exame completo do material.

“A defesa não pôde sequer acessar a integralidade da prova antes do encerramento da instrução; não teve tempo mínimo para conhecer esse conteúdo e verificar sua cadeia de custódia”, argumentam os advogados.

Com o novo recurso, a defesa tenta reduzir a pena imposta e corrigir o que considera irregularidades processuais no julgamento do Núcleo 1 da trama golpista, grupo do qual Bolsonaro é apontado como líder. O caso segue sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

Fonte Agência Brasil