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Petrobras recebe licença do Ibama para iniciar perfuração na Margem Equatorial do Amapá

Estatal prevê início imediato da pesquisa exploratória em águas profundas da costa amazônica

Economia
Por Redação
21 de outubro de 2025 - 7h38

Operário em plataforma de petróleo da Petrobras (Ilustração)

A Petrobras obteve licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para iniciar a perfuração de um poço na Margem Equatorial, região ao norte do país considerada uma das novas fronteiras energéticas do Brasil. A estatal informou que os trabalhos exploratórios devem começar “imediatamente”.

A sonda está posicionada no bloco FZA-M-059, em águas profundas do Amapá, a cerca de 175 quilômetros da costa e 500 quilômetros da foz do Rio Amazonas. A fase inicial de perfuração deve durar cerca de cinco meses, período em que a Petrobras vai coletar dados geológicos para avaliar o potencial econômico de petróleo e gás na área. Segundo a companhia, não há produção nessa etapa.

A licença foi concedida após um processo rigoroso de avaliação ambiental, que incluiu a realização de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), três audiências públicas, 65 reuniões técnicas e um simulado de emergência com foco na proteção da fauna.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou que a autorização representa “uma conquista da sociedade brasileira” e demonstra “o compromisso das instituições nacionais com o diálogo e o desenvolvimento do país”. Ela lembrou que o processo de licenciamento levou cinco anos e afirmou que a estatal comprovou “a robustez de toda a estrutura de proteção ao meio ambiente”.

O Ibama informou, em nota, que as exigências adicionais impostas à Petrobras — como a criação de um novo centro de atendimento à fauna em Oiapoque (AP) — foram fundamentais para garantir a viabilidade ambiental do projeto, considerando as características sensíveis da Bacia da Foz do Amazonas. O órgão adiantou que novos exercícios simulados serão realizados durante a perfuração.

A Margem Equatorial vem sendo apontada como um novo pré-sal, devido ao potencial petrolífero identificado em áreas vizinhas, como Guiana e Suriname. A Petrobras busca a licença de exploração na região desde 2021, quando assumiu os direitos da britânica BP.

A exploração da área é defendida por representantes do governo e da estatal como essencial para garantir a autossuficiência energética do país nas próximas décadas, mas enfrenta críticas de ambientalistas, que alertam para riscos ambientais e impactos sobre a transição energética.