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Campos cobra explicações da ANM sobre queda nos royalties do minério

Repasses da CFEM diminuíram nos últimos dois anos, apesar do aumento na movimentação pelo Porto do Açu

Blog dos Jornalistas
Por Redação
3 de outubro de 2025 - 12h56

Marcelo Neves e Mauro Souza no Rio de Janeiro (Reprodução)

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Energia e Inovação, Marcelo Neves, reuniu-se na quarta-feira (1º), no Rio de Janeiro, com o diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Mauro Souza. O encontro teve como objetivo buscar esclarecimentos sobre a redução no valor da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) — os chamados royalties do minério — que Campos vem recebendo nos últimos dois anos.

Desde 2014, quando começaram as operações do terminal de minério de ferro do Porto do Açu, em São João da Barra, o município passou a receber a CFEM pela passagem do mineroduto da Anglo American, que atravessa seu território, além de contar com outras estruturas ligadas à mineração.

Marcelo Neves destacou que, após forte crescimento da arrecadação — que saltou de cerca de R$ 200 mil por ano, entre 2015 e 2019, para R$ 8,63 milhões em 2021 —, os repasses sofreram queda expressiva. Em 2024, Campos arrecadou apenas R$ 546,9 mil, valor 86% inferior ao registrado no ano anterior. Já em 2025, entre janeiro e agosto, a receita somou R$ 255,5 mil.

Vista de Campos dos Goytacazes

O quadro contrasta com o desempenho da movimentação portuária. Relatório da Ferroport, responsável pela operação do terminal de minério do Porto do Açu, apontou embarque recorde de 25 milhões de toneladas em 2024, 4% acima do ano anterior, com preços internacionais estáveis em torno de US$ 100 por tonelada.

“Queremos entender melhor a forma de cálculo para garantir mais transparência e visibilidade ao município. Precisamos de segurança na previsão de receitas, já que esses recursos são fundamentais para o planejamento e a execução de políticas públicas”, afirmou o secretário. Ele lembrou que, no caso do petróleo, Campos já mantém diálogo direto com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para tratar dos royalties e participações especiais.

Além da reunião no Rio, a Prefeitura enviou ofício à sede da ANM, em Brasília, solicitando informações detalhadas. Está prevista ainda uma reunião remota com técnicos da agência, a fim de esclarecer dúvidas sobre o mecanismo de cálculo da CFEM e assegurar que o município receba corretamente os valores devidos.