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Beda faz primeira cirurgia de punho por artroscopia

Técnica utilizada pelo ortopedista Daniel Pinheiro é pioneira em Campos

Saúde
Por Ocinei Trindade
21 de abril de 2025 - 0h02
Pioneirismo|Dr. Daniel Pinheiro foi o responsável pelo procedimento (Foto: Arquivo Pessoal)

O ortopedista e cirurgião Daniel Pinheiro é especialista na técnica de artroscopia. Recentemente, ele realizou um procedimento inédito em Campos dos Goytacazes, no Hospital Dr. Beda, em que operou uma paciente de 29 anos que sofria de inflamação no punho. Normalmente, esse procedimento é feito de forma tradicional, por via aberta, mas foi utilizada a técnica da artroscopia, que consiste em avaliar a articulação do punho com o uso de uma microcâmera. Atualmente, o médico é o único que realiza esse tipo de procedimento na cidade.

Dr. Daniel Pinheiro

De acordo com o cirurgião, a paciente apresentava inflamação no extensor ulnar do carpo. “Tradicionalmente, essa cirurgia é feita com um corte, para liberar o túnel por onde passa esse tendão. Com o advento da artroscopia, conseguimos fazer essa liberação por via artroscópica, o que chamamos de tenoscopia. Removemos toda a inflamação em torno do tendão por esse método. A paciente apresentava muita dor na borda ulnar do punho ao realizar certos movimentos. A cirurgia que fizemos é essa tenoscopia, com o objetivo de liberar o tendão inflamado e aliviar a dor. A cirurgia é minimamente invasiva. Fazemos dois ou três pequenos orifícios, com menos de um centímetro cada. O paciente é internado, operado e recebe alta no mesmo dia, sem necessidade de permanência no hospital”, explica Daniel Pinheiro.

A artroscopia de punho, devido ao desenvolvimento tecnológico e de novas técnicas cirúrgicas, tem sido cada vez mais empregada em diversas patologias do punho, e muito usada em grandes centros. Porém, esse procedimento nunca havia sido feito na cidade de Campos. É indicado para algumas doenças ou lesões, como tumores do punho, lesão de ligamentos, fraturas e luxações do punho. São necessários, no mínimo, cinco profissionais (anestesista, cirurgião, auxiliar cirúrgico e dois instrumentadores).

“Como se trata de um procedimento minimamente invasivo, a recuperação é muito mais rápida do que a cirurgia tradicional. O tempo do procedimento depende do tipo de cirurgia que será feito, mas dura em média uma hora”, comenta o cirurgião ortopedista.

Ainda de acordo com Daniel Pinheiro, a tenoscopia é o procedimento que aborda endoscopicamente a bainha dos tendões. A tenossinovite estenosante do sexto compartimento extensor do punho é um processo inflamatório do tendão que pode ser causado por doenças reumáticas, atrito ósseo após fratura, impacto, instabilidade ou sobrecarga gerada por atividades repetitivas.

“Nesses casos, a bainha do tendão extensor torna-se inflamada, gerando inchaço e compressão do tendão dentro do compartimento. O tratamento inicial é feito com medidas conservadoras, que costumam ser eficazes na maioria dos pacientes. No entanto, lesões que não respondem ao tratamento ou apresentam envolvimento crônico podem necessitar de abordagem cirúrgica. A tenossinovectomia aberta é considerada o tratamento padrão, envolvendo a liberação do compartimento e a ressecção do tecido inflamatório, tanto do tendão quanto das estruturas adjacentes”, esclarece.

Dez dias após o procedimento inédito no Hospital Dr. Beda, o médico Daniel Pinheiro se encontrou com a paciente, a agente de atendimento Sarah Souza, para uma avaliação. Ela diz que o pós-operatório está sendo bem tranquilo, quase sem dores.

Sarah Souza

“Comparado ao que eu sentia antes, já me sinto bastante satisfeita, mesmo ainda não tendo retirado os pontos. A cirurgia foi necessária por conta das dores, inchaços e vermelhidão que eu vinha sentindo, e que não foram resolvidos a longo prazo, mesmo após uma infiltração local. Meus planos após a cirurgia são seguir com a recuperação e, assim que estiver liberada, iniciar a fisioterapia para ficar totalmente restabelecida e poder retomar minhas atividades habituais sem dor e sem limitações”, conclui Sarah.