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Extrema direita avança na Alemanha e atual governo reconhece derrota na eleição

CDU vence o pleito, mas novo governo alemão pode levar meses para ser formado

Mundo
Por Redação
23 de fevereiro de 2025 - 16h23

Friedrich Merz do CDU (Reprodução Rede Social

A votação na Alemanha foi encerrada neste domingo (23), com pesquisas de boca de urna apontando a vitória do partido conservador União Democrática Cristã (CDU). Em segundo lugar ficou o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que alcançou seu melhor desempenho eleitoral desde a Segunda Guerra Mundial. O atual primeiro-ministro, Olaf Scholz, reconheceu a derrota.

Resultados das urnas
Os resultados preliminares indicam que o CDU, liderado por Friedrich Merz, recebeu 29% dos votos. O AfD ficou com 19%, seguido pelo Partido Social-Democrata (SPD), de Scholz, com 16%. O Partido Verde obteve 13,5%, enquanto o bloco de esquerda ficou com 8,6% dos votos.

A participação eleitoral foi de 83%, um número alto para a média alemã. Ao todo, 61 milhões de eleitores estavam aptos a votar no país, onde o voto não é obrigatório.

Desafios para a formação do novo governo
Apesar da vitória, Merz não assume automaticamente o cargo de chanceler, já que o sistema parlamentarista alemão exige que o partido vencedor forme uma coalizão com outras siglas para garantir maioria no Bundestag, o Parlamento Federal. Como o CDU não alcançou esse número sozinho, as negociações para uma aliança podem levar meses. Caso não haja acordo, novas eleições serão convocadas.

Friedrich Merz já declarou que não fará alianças com o AfD, mas declarações suas sobre imigração durante a campanha geraram especulações sobre uma possível aproximação. Em discurso após a divulgação dos primeiros resultados, ele destacou a importância de formar um governo “o quanto antes” e afirmou que “a Alemanha está presente na Europa novamente”.

Já Olaf Scholz reconheceu a derrota e agradeceu aos eleitores que apoiaram seu governo.

Eleições antecipadas e crise política
O pleito foi convocado antecipadamente após o colapso do governo de Scholz. Em novembro, ele demitiu o ministro das Finanças, pertencente ao partido liberal, devido a divergências sobre a política econômica. Em resposta, os demais ministros liberais renunciaram, deixando o governo sem maioria no Bundestag.

Sem apoio parlamentar, Scholz foi submetido a uma moção de censura e reprovado, levando o presidente alemão a convocar novas eleições. Essa foi apenas a quarta vez em 75 anos que a Alemanha realizou eleições antecipadas.

Impacto internacional e desafios futuros
O crescimento da extrema direita preocupa líderes europeus e pode dificultar a formação de um governo estável. O AfD é investigado por extremismo e tem sido associado a movimentos neonazistas, o que fez com que outros partidos se recusassem a negociar alianças com a legenda.

Além da instabilidade política, a Alemanha enfrenta tensões crescentes com a Rússia devido à guerra na Ucrânia e pressões econômicas causadas por declarações recentes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre tarifas comerciais e apoio militar à Europa. O resultado das eleições pode influenciar os rumos da União Europeia nos próximos anos.

Com informações do G1