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Partido Progressistas e Câmara de Campos se manifestam sobre prisão de Bruno Pezão

Legislativo Municipal diz estar colaborando com as investigações e o PP afirma "não compactuar com qualquer forma de corrupção"

Política
Por Redação
19 de setembro de 2024 - 10h40
Vereador Bruno Pezão foi preso durante “Operação Pleito Mortal” realizada pelo Gaeco/MP e 134ª DP, em Campos dos Goytacazes (Reprodução)

A prisão do vereador Bruno Pezão do Partido Progressistas, candidato à reeleição, em Campos dos Goytacazes, provocou uma onda de especulações sobre seu futuro político. Ele foi preso na quarta-feira (18) por suspeita de envolvimento em homicídio de um adversário político, passou a ser investigado por lavagem de dinheiro, além de suposto envolvimento com o traficante Ricardinho, preso há 10 anos em Bangu, Rio de Janeiro. Na manhã desta quinta-feira (19), a Presidência da Câmara de Vereadores disse estar “colaborando com todas as investigações”. O diretório municipal do Progressistas divulgou a seguinte nota:

“O Partido Progressistas acompanha as investigações em andamento e aguarda o desfecho dos inquéritos para tomar qualquer medida necessária, respeitando o devido processo legal. É importante frisar que todos têm o direito à ampla defesa, conforme assegurado por lei. O PP esclarece que não compactua, em nenhuma hipótese, com práticas ilícitas ou com qualquer forma de corrupção. O Partido se mantém firme em sua missão de promover a ética na política e o trabalho em benefício da sociedade, reafirmando seu compromisso inabalável com a transparência, a justiça e o respeito às leis”.

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Na quarta-feira (18), em coletiva de imprensa, a chefe do 6ª Departamento de Polícia de Área, delegada Natália Patrão, disse que “o tráfico está presente e ativo nas decisões políticas locais”.

Diante da imprensa, a chefe do 6ª Departamento de Polícia de Área, delegada Natália Patrão, disse que “o tráfico está presente e ativo nas decisões políticas locais”. Ela comentou sobre a chamada de vídeo em que aparecem o vereador Bruno Pezão e o condenado por tráfico de drogas José Ricardo Rangel de Oliveira, o “Ricardinho”, durante uma reunião política. Ricardinho está preso em Bangu, Rio de Janeiro há 10 anos e conversou diretamente da cadeia com o parlamentar e apoiadores.

Coletiva de imprensa com representantes da 6ªCPA, 134ª DP, Gaeco e Polícia Militar

“A gente interpreta esse vídeo e essa conduta do vereador Bruno Pezão como uma audácia. Realizando uma reunião política, fazendo uma videoconferência com o suposto chefe de tráfico de drogas de dentro da cadeia e projetando a imagem dele no telão, com a comunidade. É, sem dúvida, um escândalo sem precedentes, desafia todas as normas de conduta política, ilegal, mas também expõem de maneira flagrante a convivência entre a política e o tráfico de drogas”, afirma. Natália Patrão acrescentou:

“Esse episódio simbolizou uma inversão de valores na gestão pública. Um representante eleito pelo povo para proteger os interesses do povo e garantindo a segurança, se aliou abertamente abertamente ao crime. A projeção da imagem de Ricardinho no telão é um gesto de poder que busca intimidar os adversários políticos e subjugar a população. Ao deixar claro que as verdadeiras decisões da vida daquela comunidade são tomadas pelos criminosos e não por elas próprias”, avaliou Patrão.

Posicionamento da Câmara de Vereadores

Nesta quinta-feira (19), a reportagem procurou a Câmara Municipal de Campos para saber qual será a conduta do Legislativo diante das investigações que envolvem o vereador Bruno Pezão. Ainda há dúvidas sobre sua permanência ou suposto afastamento mediante provável quebra de decoro, já que há graves acusações da Polícia Civil e do Ministério Público contra ele. A assessoria da CMCG diz que aguarda o andamento do caso na Justiça para se posicionar. Por meio de nota, a Câmara de Campos confirmou a presença de agentes do Ministério Público – GAECO, no prédio, na manhã de quarta-feira.

Câmara de Vereadores – Foto: Josh

“Houve o cumprimento de busca e apreensão no gabinete do vereador Bruno Pezão. A sala precisou ser arrombada, uma vez que o Presidente da Câmara e o setor administrativo tentaram contato com o vereador e assessores, mas não obtiveram resposta. A Câmara está colaborando com todas as investigações”, diz a nota.

Futuro político de Bruno Pezão

Após a prisão do vereador Bruno Pezão, começou-se a especular sobre o seu futuro político. Ele é candidato pelo PP à reeleição para a Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes. Mediante à prisão e às investigações pelos crimes de lavagem de dinheiro, suspeita de envolvimento na morte do cabo eleitoral Aparecido de Oliveira Morais, e suposta ligação com o condenado e presidiário Ricardinho, ainda não se sabe o que irá acontecer com o parlamentar que permanece preso. Uma audiência de custódia está prevista para ocorrer em 48 horas a partir da data de sua prisão. A reportagem entrou em contato com o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro que emitiu a seguinte nota:

“O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) informou que não foi comunicada sobre a prisão até o momento. O registro de candidatura de Bruno Pezão foi deferido em 26 de agosto, pelo Juízo da primeira instância. Não há qualquer impugnação do Ministério Público nos autos do processo. De acordo com o Art. 52 da Resolução TSE 23609, sobre registro de candidatura: as condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade serão aferidas no momento da formalização do pedido de registro de candidatura, ressalvadas as alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro, que afastem a inelegibilidade e ocorram até a data do primeiro turno da eleição”, diz a nota.

Até esta publicação, a reportagem não conseguiu contato com a defesa do vereador Bruno Pezão.