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Projeto NeuroAção vai atender crianças com transtornos de neurodesenvolvimento

Também foi lançado nesta quinta, o Censo de Transtornos Neurológicos da Infância

Geral
Por Clícia Cruz
21 de março de 2024 - 13h49
(Fotos: Silvana Rust)

A Prefeitura de Campos lançou na manhã desta quinta-feira (21), o programa Neuroação, que visa unificar o tratamento em toda a rede, de crianças com transtornos de neurodesenvolvimento. A partir do programa, pais e responsáveis de crianças com transtornos diversos, ainda sem laudo ou sem diagnóstico fechado, vão poder agendar consultas e ter atendimento multidisciplinar para seus filhos. As secretarias de Saúde e Educação, integradas, estão promovendo o programa, que se originou a partir da observância à crescente demanda. A sede do projeto fica na Cidade da Criança.

Uma das maiores dificuldades que os pais das chamadas crianças atípicas tem é de conseguir o tratamento adequado para seus filhos. De acordo com o prefeito Wladimir Garotinho, existe em Campos uma fila de espera de 2 mil pacientes para neurologista e a partir da implantação do programa, o objetivo é zerar essa fila, dando aos pacientes o tratamento adequado e necessário.

Durante o encontro, o prefeito anunciou também o Centro Especializado de Reabilitação (CER), que vai contar com a reabilitação física, psicológica, intelectual e auditiva. A sede vai ser implantada na antiga Unidade Básica de Saúde (UBS) Alair Ferreira, no Jardim Carioca.

A Prefeitura também anunciou que terá início no dia 2 de abril, Dia Mundial do Autismo, o Censo de Transtornos Neurológicos da Infância. A partir dele, a Saúde e a Educação terão acesso às informações para elaborar políticas públicas para os pacientes, e ele também vai proporcionar mais precisão nos atendimentos e nos agendamentos multidisciplinares. Devem responder ao censo todos os responsáveis por crianças atípicas, com diagnóstico ou não.

“Nosso desejo era realmente não oferecer somente o espaço de um consultório e nós oferecemos um local lúdico, bonito, arejado, com atendimento adequado, inclusive para os pais, que contam com uma sala de apoio”, destaca o prefeito.

Secretário de Educação – Marcelo Féres

O secretário de Educação, Marcelo Feres, destaca que o apoio aos pacientes com transtornos neurológicos também precisa vir da sociedade como um todo. “As pessoas são diferentes, e a sociedade historicamente vem tentando criar padrões, e talvez seja esse o maior erro da nossa sociedade. Hoje a sociedade precisa acordar e entender que a diversidade é mandatária, cada pessoa é uma.”, disse.

O programa também conta, também nas dependências da Cidade da Criança, com a Escola de aprendizagem Inclusiva, que tem atualmente cerca de 180 alunos da rede municipal, entre 2 e 8 anos, no contraturno escolar.   

O vereador Leon Gomes, pai do pequeno Benjamin, um menino autista não verbal, é integrante da elaboração do projeto e ressaltou que se ele já existisse quando o filho dele era menor ele poderia estar falando hoje. Leon relatou toda a luta para conseguir tratar o filho na rede pública e lembrou que a criança conseguiu almoçar pela primeira vez dentro da APAPE (Associação de Pais de Pessoas Especiais), porque ele se recusava a aceitar alimentos sólidos, por causa da seletividade alimentar.

Após a apresentação do programa, feita pelo prefeito e pelos secretários de Educação, Marcelo Feres e de Saúde, Paulo Hirano, aconteceu um treinamento para os profissionais da rede que vão atuar no projeto.

Transtornos de neurodesenvolvimento
Os transtornos do neurodesenvolvimento são inabilidades neurológicas que interferem com a aquisição, retenção, ou aplicação de habilidades ou conjuntos de informações especificas. Eles podem envolver disfunção da atenção, da memória, da percepção, da linguagem, da solução de problemas ou da interação social.