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Falta luz e sobra reclamação

Serviços prestados pela Enel são alvo de críticas dos clientes em Campos

Serviços
Por Clícia Cruz
8 de janeiro de 2024 - 7h00
Recorrente|Ponto de atendimento da empresa registra diariamente fila de clientes insatisfeitos (Foto: Divulgação)

Os serviços prestados pela concessionária de energia Enel seguem sendo motivo de reclamações e críticas de clientes em Campos. Com diversos casos de falta de energia e demora no restabelecimento do serviço, a empresa foi, inclusive, pauta de uma Audiência Pública na Câmara de Vereadores de Campos. Na semana do Natal, bairros e localidades tiveram problemas com falta de energia e a grande queixa dos clientes é por causa da demora na solução dos problemas. No mês de dezembro ocorreram diversos protestos e rodovias foram fechadas por moradores revoltados com a má qualidade do serviço prestado pela empresa.

Na área urbana, os episódios de falta de energia vêm sendo recorrentes, inclusive gerando uma série de protestos, como, por exemplo, do dia 26 de dezembro, quando moradores da comunidade da Linha, no Parque Rodoviário, fecharam a BR-101 por duas vezes, protestando por permanecerem mais de 24 horas sem luz, desde o dia 25, feriado de Natal. Revoltados, os moradores colocaram galhos de árvores, pneus e entulhos na rodovia federal e atearam fogo. Os protestos duraram horas e causaram longos congestionamentos.

“Eu pago minha luz em dia. Desde ontem estou ligando para eles, deram o prazo de voltar às 21 horas e nada. Aí liguei às 22h e eles falaram que a previsão seria às 4h da manhã, e até agora nada”, reclamou a educadora social Cristiane Gomes Monteiro, na ocasião. Também no dia 26, moradores da localidade de Itereré fizeram uma manifestação, na parte da manhã. Eles fecharam a RJ-158 e a rodovia estadual ficou engarrafada. O que motivou o protesto foi que a localidade ficou sem energia elétrica por três dias.

Prejuízos em plena semana do Natal
Na antevéspera do natal (23), um longo trecho da  Rua 13 de Maio e outras ruas no entorno, no Centro de Campos, ficaram sem energia elétrica. O problema afetou dezenas de lojas, assim como restaurantes e lanchonetes. De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), além da iluminação, o problema afetou sistemas operacionais, de refrigeração e gerou imensos prejuízos, principalmente para aqueles comerciantes que lidam com produtos perecíveis, que por falta de refrigeração precisaram descartar mercadorias.

As lojas que funcionaram receberam seus clientes de forma precária, sem luz, com muito calor e com dificuldades para emissão de notas fiscais e problemas com as transações financeiras. O natal é a maior data do comércio e todos os anos as empresas se preparam para aumentar sua capacidade de atendimento e aumentam também o estoque de produtos para atender ao consumidor.

Audiência pública na Câmara
No dia 19 de dezembro, a Câmara de Vereadores de Campos promoveu uma Audiência Pública para discutir as falhas da Enel no município. A sessão foi aberta com uma exposição dos representantes da empresa de energia apresentando números e explicando as demandas e o funcionamento da concessionária, para logo em seguida ser questionada pela Secretaria de Iluminação Pública,  Procon/Campos, Defesa Civil, CDL, Condomínios e vereadores tanto de oposição quanto da situação. A Audiência foi proposta pelo vereador Juninho Virgílio.

O subsecretário de Iluminação Pública, Diego Dias cobrou mais agilidade da Enel em relação à fiação caída nas ruas. “É uma responsabilidade da empresa e isto expõe risco aos cidadãos no município”, disse. Já Alcemir Pascoutto, da Secretaria da Defesa Civil, questionou a questão das podas em árvores junto aos postes de alta tensão, cujo trabalho deve ser feito pela concessionária, haja vista o perigo nesse manuseio.  

Carlos Fernando Monteiro da Silva, Guru, chefe do Procon/Campos expôs que a Enel é uma das campeãs em reclamações no órgão. “Diferente da concessionária Águas do Paraíba, dificilmente a Enel faz acordos com os consumidores impondo aos mesmos a pressão sob risco de cortes de energia”, pontuou.

Fábio Paes, representando a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) cobrou uma solução para a fiação exposta no centro histórico de Campos. Ele lembrou que existe uma obra subterrânea desde o governo Rosinha, mas que nada foi feito por parte da concessionária para a remoção dos postes e fiação, em sintonia ao que foi planejado pela Prefeitura de Campos. Já o síndico do Condomínio Athenas, André Amaral, apresentou uma série de reclamações sobre a constante falta de energia na região.

O vereador Nildo Cardoso questionou o porquê da região Norte do município ter ficado sem energia por três dias, prejudicando centenas de produtores rurais e mais de 30 mil habitantes, além da precária instalação elétrica na área, com postes de até 100 anos de idade.

Empresa se manifesta
Por meio de nota, a Enel Distribuição Rio, disse que Campos foi uma das cidades mais afetadas pelas fortes chuvas, acompanhadas de ventos e descargas atmosféricas, que atingiram a área de concessão da Enel Rio nos últimos dias, impactando o fornecimento de energia aos clientes.

A companhia também disse que aumentou em seis vezes o número de equipes em atendimento para restabelecer o fornecimento de áreas afetadas pela falta de energia o mais rápido possível, especialmente após a tempestade que ocorreu no Norte do Município, no último dia 26.

“Sobre os serviços e ações de manutenção na cidade de Campos, a Enel Rio ressalta que investiu mais de R$ 43 milhões em obras de média e baixa tensão no município nos últimos três anos, com o objetivo de melhorar a qualidade de fornecimento e ampliação da capacidade de atendimento, beneficiando os clientes e possibilitando novas conexões. Neste período, foram executados mais de 77 quilômetros de rede de Média Tensão e 85 quilômetros de rede de Baixa Tensão. Também foram instalados 390 transformadores, 2.300 postes e 75 equipamentos telecomandados”, disse a concessionária. Entre as ações de manutenção, foram mais de 51 mil podas, 23 mil manutenções preventivas, e mais de 4 mil quilômetros de rede elétrica inspecionados, além da lavagem de mais de 35 mil estruturas, somando investimentos de mais de R$ 46 milhões em manutenção, disse a nota.