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Campos tem aumento de quase 1.500% nos casos de dengue

Nova onda de calor deixa alerta para a proliferação do mosquito Aedes Aegypti

Campos
Por Gabriela Lessa
10 de dezembro de 2023 - 0h01
Atenção|Cuidados em casa diminuem a proliferação do mosquito – Foto: Divulgação

Campos dos Goytacazes registrou um aumento considerável nos números de casos de dengue em 2023, de janeiro a 5 de dezembro, segundo última atualização do Centro de Controle de Zoonoses (CZZ). Neste período, foram 3.026 casos confirmados laboratorialmente, quase 1.500% a mais do que 2022, que registrou 206 casos de dengue no mesmo intervalo. Considerando que as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, como a dengue, zika e chikungunya, apresentam comportamento sazonal, ocorrendo com mais frequência entre outubro e maio, devido à combinação de chuvas e às altas temperaturas, a Prefeitura alerta à população para a necessidade de combate ao vetor.

“A água limpa parada e as altas temperaturas favorecem o aumento da proliferação do mosquito. Por esse motivo, o CCZ segue intensificando as ações de combate ao vetor, por meio do trabalho de campo e educação em saúde junto à população”, disse a Prefeitura, em nota.

De acordo com o técnico em meteorologia Carlos Augusto Souto, há a possibilidade de várias ondas de calor, principalmente com o início do verão. No entanto, haverá alternância com períodos de frente fria, que irão amenizar a temperatura. Apesar disso, a previsão é de um verão muito quente.

“A seca na região Amazônica, provocada pelo fenômeno El Niño e pela mudança climática global, fará com que as ondas de calor em nossa região sejam mais frequentes e prolongadas. Essa alternância de calor, moderado ou forte, com frentes frias que amenizam um pouco a temperatura, ocorrerá durante as próximas semanas. Quanto ao verão, janeiro, fevereiro e março terão temperaturas acima das médias”, explica o técnico.

Souto enfatiza a importância dos cuidados preventivos quanto à proliferação do Aedes Aegypti, porque, apesar de os índices de chuvas se apresentarem muito mais baixos do que o normal para o período, pode haver acúmulo de água em recipientes em terrenos baldios ou locais sem a devida preocupação sanitária.

Dados
De acordo com os dados enviados pelo CCZ, “de janeiro até o dia 5 de dezembro foram contabilizados 3.026 casos confirmados laboratorialmente e clínico epidemiológico de dengue. Deste total, dois óbitos em decorrência da doença (pacientes de 84 anos, morador de Travessão, que morreu em 21 de janeiro; e paciente de 29 anos, morador do Parque Aurora, que morreu em 7 de setembro). Teve ainda 36 casos de chikungunya. Não há caso de zika. No mesmo período de 2022, foram 206 casos de dengue e quatro de chikungunya e dois de zika vírus. Não teve óbito”, complementa a nota.

Ações de combate
O CCZ esclarece que o aumento dos casos de arboviroses não é uma exclusividade do município de Campos, uma vez que está ocorrendo em várias regiões do país. Esse cenário preocupa as autoridades em saúde e, por isso, segundo o órgão, foram iniciados os mutirões desde fevereiro deste ano, quando foi observado o aumento.

“Existem vários fatores que contribuem para esse aumento, como, por exemplo, o climatológico, a circulação de mais de um sorotipo do vírus da dengue, além do aspecto socioambiental. Desta forma, a participação da população é de extrema importância para que possamos interromper o ciclo de transmissão da doença. Para isso, basta evitar água limpa parada, tampar caixas d’água, tonéis e similares, lavar os bebedouros de animais com esponja ou escova, limpar o reservatório de água da parte de trás das geladeiras, eliminar o pratinho das plantas e etc”, orienta.

Além da visitação domiciliar, o CCZ informou que realiza bloqueio aeroespacial com fumacê nos bairros com casos positivos das arboviroses e bomba costal. Segundo o órgão, há também monitoramento com armadilhas e visita quinzenal aos pontos estratégicos, como borracharia, ferros-velhos e similares. O trabalho de Educação em Saúde é feito pelo setor de Informação, Educação e Comunicação nas escolas, associações de moradores e empresas. São 307 Agentes de Combate às Endemias atuando no Programa Municipal de Controle de Vetores (PMCV).

Em nota, a Prefeitura especifica que os bairros com maior incidência da dengue são: Centro, Goitacazes, Jardim Carioca, Parque Aurora, Jockey Club, Novo Jockey, Penha, Parque Prazeres, Tapera e Travessão. Já a chikungunya são Conselheiro Josino, Novo Mundo, Terra Prometida e Travessão.