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Tamires Nascimento, filha do radialista Nilson Maria, homenageia o pai em peça teatral

Espetáculo em cartaz no Rio de Janeiro aborda a finitude humana enquanto celebra a vida

Teatro
Por Redação
1 de agosto de 2023 - 8h22
Nilson Maria faleceu em 2021 (Arquivo)

Nilson Maria, cujo slogan no rádio era “o dono da tarde”, foi um apaixonado pelo carnaval de Campos e pelo Clube Esportivo Rio Branco. Ele também foi presidente do Teatro Trianon na gestão de Arnaldo Vianna. Nilson morreu em abril de 2021 em decorrência das complicações da Covid-19. Dois anos depois, a atriz campista Tamires Nascimento, filha do radialista, sobe ao palco com o solo “O Susto”, onde ela fala do luto, da perda e da passagem do tempo, sempre pelo prisma de quem celebra a vida. A peça cumpre temporada de 3 e 27 de agosto, no Teatro II Sesc Tijuca.

“Apesar de abordar o tema do luto, a peça é permeada por leveza e humor, buscando inspiração no ‘gurufim’, um ritual em que o velório se transforma em uma grande festa em homenagem ao morto”, afirma Tamires Nascimento. “Meu pai sempre expressava o desejo de que, em seu velório, houvesse alegria, celebração e samba. Portanto, embora trate de um assunto tão duro como a perda, ‘O Susto’ não é um espetáculo pesado; pelo contrário, propõe-se a despertar reflexões enquanto celebra, trazendo uma atmosfera festiva e alegre”, complementa a atriz.

A montagem da Definitiva Cia. de Teatro, com direção de Jefferson Almeida e dramaturgia de Livs, apresenta uma sucessão de cenas-contos, algumas das quais têm origem em experiências autobiográficas. A peça intercala cenas profundamente pessoais com momentos fabulares, convidando o público a acompanhar acontecimentos íntimos da atriz, ao mesmo tempo em que apresenta situações e personagens distantes de sua realidade. A jornada atinge seu ápice em uma cena-conto festiva, um gurufim, um velório concebido como uma ode.

Foto: Aloisio Araripe/ Divulgação

A encenação propõe a vertigem como recurso e como jogo para a construção da cena. Através dela, a atriz transita de uma cena para outra, simbolizando o susto da ausência e a busca por sentido em meio à perda. A peça é enriquecida por referências visuais e sonoras, com inspiração em registros pessoais, como fotos de infância e trechos do programa de rádio do pai de Tamires. Elementos como o rádio e o carnaval, aliás, desempenham papéis importantes na dramaturgia, no som e na direção de arte, transportando o público para o universo afetivo da artista.

Sinopse:

Como uma atriz pode elaborar o seu luto? Transformando-o em material cênico no qual ela se coloca, não só como alguém que conta sua própria história, mas, como alguém que compartilha algo íntimo para torná-lo universal. Em “Exercício de atuação nº 2 – O susto”, Tamires Nascimento é a atriz, a filha, a mãe, a vizinha, a viúva, a criança… Personagens e ela mesma emaranhados e unidos pela sensação de falta trazida pela perda. Através de uma sucessão de cenas curtas, os temas da morte, do luto e da passagem do tempo vão sendo tocados, sempre pelo prisma de quem deseja festejar a vida.

Fonte: Ascom