Um grupo de desenhistas urbanos que retrata locais emblemáticos por observação direta. Esses são os ‘Urban Sketchers’, ou USk. Desde 2018 no município, eles já têm contabilizados 45 encontros, duas exposições e até livro digital publicado. Um dos lugares escolhidos a dedo na cidade, para retratar, foi o imponente prédio do J3News, edifício tombado pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Municipal desde 2013. Construído em estilo neoclássico, em 1896, o prédio fica na Rua Governador Teotônio Ferreira de Araújo, uma das principais vias do Centro de Campos. O espaço foi restaurado em 2012 pelo Grupo Imne para receber a redação do J3News. Sob diversas perspectivas, também, foram desenhados pelos USk: o antigo Hotel Flávio (antes do último incêndio), o Solar dos Airizes, o quadrilátero histórico de Campos e muitos outros ambientes de destaque.
Neste movimento, não importa o que as pessoas usam para pintar. Pode ser lápis, canetinha, aquarela, caneta nanquim e qualquer outra forma de retratar uma paisagem urbana ou fragmento de um lugar. Uma das regras é desenhar no local, por observação direta. Hoje com cerca de 20 participantes, o grupo se encontra uma vez por mês, geralmente nos segundos sábados.
O Início
A Praça São Salvador foi o primeiro local desenhado pelos ‘sketchers’ de Campos. Este também foi o lugar escolhido para representar o logotipo do grupo em Campos e, coincidentemente, o local onde, através de uma reunião online, no auge da pandemia, artistas de quase todas as regiões do Brasil puderam desenhar seus pontos de vista sobre o lugar. O movimento USk nasceu na cidade de Seattle (EUA), em 2007.
“O grupo se expandiu no mundo inteiro, chegando depois ao Brasil, e foram sendo criados em cidades de toda a parte. Já tiveram alguns encontros nacionais. O último foi no ano passado, no Rio de Janeiro. São grupos independentes que registram, através da pintura ou desenho, sua percepção em relação ao que está vendo e vivenciando num local. Pode ser no espaço interno ou externo, nos espaços urbanos, espaços livres, em geral”, reforça o coordenador do grupo, o piauiense Ronaldo Araújo, que é professor universitário de Arquitetura e Urbanismo, que atualmente mora em Campos.
Na pandemia
Durante o auge da pandemia de Covid-19, a solução que o grupo nacional encontrou foram as reuniões online. Feitas por meio de videochamadas. Naquele momento, também tiveram os encontros internacionais. “Passavam as imagens e o pessoal se reunia no mesmo horário para desenhar através do Street View. Não era diretamente no local, mas foi o recurso que usamos durante a pandemia. Participei de um que era com o pessoal do Chile, com prédios daquele pais”, contou o professor Ronaldo.
Também no auge da pandemia foi o momento em que o aluno do último ano de Design do Instituto Federal Fluminense (IFF), Kevin Arêas, encontrou o grupo. “Eu queria fazer coisas mais palpáveis. Sair um pouco de tela porque era tela para tudo: trabalho, estudo. Aí era quando eu queria desenhar. Comecei a experimentar todos os tipos de materiais, a desenhar por observação dentro de casa mesmo. Minha primeira participação foi quando vi desenhar a Faculdade de Medicina de Campos. Aí logo na primeira participação, teve uma exposição lá”, comentou ele, que também elogiou a troca do grupo nos encontros e a valorização da arquitetura local.
Próximo encontro
O próximo e 46º encontro dos Urban Sketchers está marcado para acontecer na Lagoa do Vigário. Também no segundo sábado do mês de maio. As informações estão sendo atualizadas no instagram @uskcampos.