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Dezembro vermelho: Mês marca mobilização nacional contra a Aids

Em Campos, este ano, o Centro de Doenças Infecto-Parasitárias confirmou 239 casos positivos

Campos
Por Mariane Pessanha
11 de dezembro de 2022 - 5h10

Este mês marca a mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST). O Dezembro Vermelho chama a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV. Temida na década de 80, a Aids é uma doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (da sigla em inglês HIV), que ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Em Campos, de acordo com a Prefeitura, em média, são abertos 25 novos prontuários ao mês, chegando a totalizar 250 anualmente. Este ano, já são 239 casos positivos. Em 2021, foram registrados 225 casos de HIV positivos.

Segundo o coordenador do Centro de Doenças Infecto-Parasitárias (CDIP), onde funciona o Programa Municipal DST/Aids, Rodrigo Azevedo, atualmente, há um pouco mais de 11 mil pacientes cadastrados no órgão. Para HIV, há em torno de 5 mil pacientes, sendo que 3.041 retirando medicamento. Eles são, em sua maioria, pacientes de toda região Norte e Noroeste Fluminense. O CDIP funciona das 7h às 19h, de segunda à sexta-feira, na Rua Conselheiro Otaviano, nº 241, Centro.

“O programa DST/AIDS foi implantado em 1998, tratando HIV e Hepatite, e, posteriormente se estendeu às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) e hoje trata todas as doenças infecto-parasitárias, com exceção da hanseníase e Tuberculose. O serviço oferecido à população é de prevenção e tratamento, consulta multidisciplinar, distribuição de medicamentos, teste rápido, preservativo, testagem rápida, profilaxia Pós-exposição (PEP) e Profilaxia Pré-exposição (PrEP), vacinação, prova tuberculina, aplicação de penicilina, além de capacitação para multiplicadores com palestras e testes rápidos, busca ativa de pacientes que abandonam o tratamento, e pesquisas”, disse o coordenador.

Para fazer parte do programa, o paciente pode realizar o teste rápido no CDIP ou ser encaminhado por alguma Unidade Básica de Saúde (UBS) onde também é realizado o teste.

Transmissão
Os pacientes soropositivos podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.

Tratamento
O tratamento para HIV é realizado por meio de consultas, exames, e distribuição de medicamentos ao paciente, em sua maioria os antirretrovirais (ARV), aliados a outros remédios destinados a combater infecções por doenças oportunistas. A entrega dos antirretrovirais gratuitos é feita pelo CDIP aos pacientes cadastrados.

De acordo com Rodrigo Azevedo, hoje, o HIV é tratado, inicialmente, com a administração de dois comprimidos ao dia, proporcionando ao portador ótima qualidade de vida, evitando a baixa imunidade e infecções por doenças oportunistas. Atualmente, o HIV é considerado como doença crônica.

Casa Irmãos da Solidariedade
A Associação Irmãos da Solidariedade, em Campos, é a única casa de apoio aos portadores do vírus do interior do Estado e uma das poucas que ainda existe no país. A presidente da entidade, Fátima Castro, afirma que, de acordo com estatísticas, no Brasil, quase um milhão de pessoas convivem com o HIV.

Além dos 40 residentes, são cerca de 100 pessoas que são assistidas, mas não residem na casa. Entre as dificuldades, ela cita a falta de verbas para a instituição para que o paciente tenha os cuidados necessários.

“Não tem como falar que pegou o vírus e pronto, que está tudo bem. Essas pessoas têm que tomar coquetel; ter um acompanhamento médico de quatro em quatro meses para ver a carga viral e, dependendo, até mudar os medicamentos; ter uma alimentação adequada; fazer os exames necessários; entre outros. E há, ainda, os possíveis efeitos colaterais dos medicamentos, como pressão alta, diabetes, etc. Ou seja, é uma vigília constante”, explica Fátima Castro.