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Grupo apoia mulheres com dificuldade para engravidar

“Plena de Apoio às Mulheres em Busca da Maternidade” funciona na clínica Excelência

Campos
Por Mariane Pessanha
8 de agosto de 2022 - 0h00

A ideia nasceu durante um passeio despretensioso, entre duas amigas, em Florianópolis, que descobriram que tinham problemas semelhantes. A médica Flávia Braga e a psicóloga Julie Barbosa enfrentaram dificuldade para engravidar e, durante uma conversa, resolveram criar o Grupo Plena de Apoio às Mulheres em Busca da Maternidade e, hoje, dão suporte a quem passa por esse processo. O local foi aberto há dois meses e já conta com um grupo formado por cerca de 10 mulheres.

Para participar basta ir até a clínica Excelência, do Grupo Beda, que funciona na Rua Almirante Greenhalgh, número 18, Parque Tamandaré, nas primeiras segundas-feiras de cada mês, sempre às 19h30. Lá, as mulheres vão encontrar suporte psicológico e ainda vão ter a chance de compartilhar suas histórias, emoções, dores e experiências com outras pessoas que passam pela mesma situação.

“A ideia do grupo Plena surgiu da minha própria dor, quando fui tentar ter meu filho e as coisas não saíram como eu havia pensado. Só entende quem realmente passa por esse sofrimento e, apesar de as pessoas mais próximas tentarem me entender, elas não conseguiam. Por outro lado, outra mulher que eu nunca havia visto antes, em cinco minutos de conversa, me entendeu perfeitamente sem a exaustão de ter que explicar tudo, e essa conversa já serviu para eu me sentir melhor. Com o tempo, fui percebendo que eu não era a única que me sentia sozinha e, um dia, conversando com uma amiga e uma das melhores psicólogas (e pessoa) que conheço, a Julie Barbosa, falei sobre como seria bom poder reunir as mulheres que passam pela mesma dor para a gente pode fazer uma terapia em grupo. Ela me encorajou na mesma hora a criar o grupo e se propôs a guiá-lo”, explica Flávia.

A médica diz ainda que o grupo é aberto e gratuito a toda e qualquer mulher que tenha tido ou esteja tendo alguma dificuldade para engravidar. “Na verdade, algumas nem tentaram ainda, mas foram ao grupo porque estão com medo de tentar, cada uma com suas razões. Estamos no nosso segundo mês de existência e as duas primeiras reuniões foram maravilhosas. Aprendemos muito uma com a outra. Temos também um momento de meditação. A dor fica muito mais leve quando a gente pode falar sobre ela abertamente, sem vergonha ou julgamentos. Também é ótimo ver que não estamos sozinhas e nem somos as únicas pessoas nessa situação. É interessantíssimo ouvir as histórias de cada uma”, comenta Flávia.

Atualmente, mãe de três filhos, Julie atua como psicóloga no grupo e ressalta que há vários artigos que comprovam a eficácia da terapia em grupo. “O meu trabalho, como psicóloga do grupo, é um trabalho de escuta e de colocações curtas, terapêuticas, mas, principalmente, de fazer as mulheres se escutarem e fazer que a fala de uma sirva terapeuticamente para todas. Na verdade, as personagens principais de uma terapia de grupo são elas mesmas. Eu sou uma mediadora disso tudo. Faço isso com muito prazer porque já vivi isso há 11 anos e acredito muito na força do grupo e é isso que faz esse grupo vir crescendo de uma forma muito interessante. Ele foi criado de uma forma orgânica, despretensiosa entre duas amigas que tiveram dificuldade para engravidar. Apesar de parecer, você não está sozinha”, finaliza Julie.