A noite de sexta-feira (24) marcou a celebração dos 30 anos de César Queiroz Contabilidade, o maior escritório deste segmento na região e uma referência em todo o estado do Rio de Janeiro. O escritório, que leva o nome do seu dono, tem uma bagagem sólida anterior à sua criação, já que com 53 anos de profissão, César Queiroz é um nome que virou sinônimo de contabilidade.
Contabilizar essas três décadas de um escritório que se tornou uma empresa não é uma tarefa fácil. A celebração que aconteceu no auditório da Associação Comercial e Industrial de Campos (ACIC) foi uma surpresa para César Queiroz, que não tinha ideia do que iria acontecer. Sabia apenas que teria um compromisso na ACIC, entidade da qual é diretor.
Foi uma cerimônia simples, com o depoimento de colaboradores que ocupam cargos estratégicos na empresa, dividida em departamentos. Eles foram subindo ao palco, narrando a experiência de cada um na empresa e relembrando histórias que marcaram esses anos.
“Certa vez ele me encarregou de estornar pessoalmente uma quantia em dinheiro para um cliente que tinha pago a mais pelos serviços. Esse dinheiro estava em um envelope e eu preocupado em transportar o valor. Depois eu descobri que eram 25 centavos em uma única moeda. Fui falar com seu César e ele me respondeu que não importava o valor, e que tínhamos que ser fieis aos clientes, seja com 25 centavos ou com R$ 25 mil. Ele disse que se não fôssemos fieis nas pequenas coisas, nunca poderíamos ser nas grandes. Nunca esqueci”, disse Ruama Monteiro, uma das colaboradoras que foram salpicando histórias nesta História de 30 anos da empresa.
Empresa que é uma família
Todos vestiam camisas alusivas à data, e foram dando seus depoimentos emocionados, mostrando que a empresa é formada por uma grande família. Um dos colaboradores definiu César Queiroz como “Paitrão”. Foi lembrado que, durante a pandemia da Covid-19 que durou dois anos, nenhum benefício foi retirado dos colaboradores, assim como não houve uma única demissão, muito pelo contrário: a empresa contratou mais pessoas.
Sem nenhuma postura hierárquica, mas sim fraterna, Elizabeth Queiroz, mulher do homenageado, acompanhava cada detalhe da cerimônia que ela idealizou junto com as filhas, Isabela e Ivana, e com os colaboradores. Elizabeth acompanha a trajetória do seu primeiro e único namorado, que virou esposo e com quem acaba de completar bodas de ouro.
“Isso não é uma festa e sim uma celebração. Mais que uma empresa, a César Queiroz é uma família e esse é um momento de agradecer, de externar nossa gratidão a Deus. Neste momento, celebrar é mais importante que festejar. E agradecer a esse corpo maravilhoso de colaboradores, bem como a esse grande homem e marido, César Queiroz”, disse dona Elizabeth.
Foi exibido um vídeo mostrando o histórico e a infraestrutura da empresa. O presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Rio de Janeiro (CRC), Samir Nehme, que não pôde estar presente, deu um depoimento filmado sobre a importância da César Queiroz Contabilidade.
“No ano passado, em uma visita oficial a Campos, fiz questão de conhecer pessoalmente essa empresa que, sem dúvidas, é um dos maiores escritórios de contabilidade do Rio. Indiscutivelmente é uma referência em contabilidade e merece o nosso reconhecimento”, disse Samir.
Outro depoimento importante, este presencial, foi o do gerente de operações da Alterdata, Rodrigo Bernardi. A César Queiroz Contabilidade foi precursora na informatização de todo o sistema de contabilidade e, até hoje, opera com o que existe de mais moderno em tecnologia digital ao mesmo tempo em que capacita seu corpo de colaboradores.
Uma história de vida
Pego de surpresa e sem discurso preparado, César Queiroz, um homem de números e não necessariamente de palavras, as encontrou na sua história de menino pobre que ajudou os pais a criar oito irmãos em Murundu, na zona rural de Campos, vendendo frutas aos oito anos na pequena estação de trem, onde embarcou para uma vida próspera ainda em curso.
Emocionou os presentes ao contar detalhes do seu passado, como se fossem fragmentos de cartas escritas para que ele mesmo as lesse décadas depois.
Lembrou ter sido alfabetizado por sua avó, dona Luiza Pinheiro, o que o credenciou a cursar o Colégio Agrícola de Conceição de Macabu, e depois a Escola Técnica Agrícola de Campos. A agronomia habitava seus sonhos, mas, menino de escola pública, não tinha, nesta época, dinheiro para realizá-los em escolas particulares.
Sem nunca sair dos trilhos, o menino pobre do tabuleiro de frutas foi ser faxineiro na loja de Esperidião Fadul, a Casa Fadul, passando, depois, pela hoje extinta, mas poderosa naquele tempo, Cooperflu.
“Ali, convivi com pessoas como dr. Evaldo Inojosa e comecei a ter noções básicas de contabilidade, até que me formei pela Escola Comercial de Campos. Nessa escola, que não existe mais, conheci meu professor de vida, Aquiles Monteiro Neto. Nesse período também convivi com dr. Luiz Otávio Acosta, um cubano que se exilara politicamente em Campos. Essas pessoas foram como livros na minha vida e muitas vezes as releio como eterno aluno”, disse César Queiroz.
César Queiroz destacou, ainda, os primeiros passos na contabilidade da Santa Casa de Misericórdia de Campos, instituição que forma, até hoje, seu leque de clientes. Por fim, lembrou, também, da contabilidade da Fazenda Reunidas VB – primeira cliente que permanece até hoje na empresa – e da Usina Sapucaia, do então senador pernambucano João Cleofas de Oliveira, de onde deixou de ser contador para, há 30 anos, criar sua própria empresa.
Reconhecimento dos empresários
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Campos (ACIC), Leonardo Castro, destacou a importância de César Queiroz na economia da região.
“Um escritório deste porte, que virou empresa, ilustra bem a nossa potencialidade econômica. César Queiroz poderia ter sido várias vezes presidente desta Casa, mas, infelizmente, não lhe sobra tempo. A classe empresarial está aqui representada nesta merecida celebração”, disse Leonardo Castro.
O presidente da ACIC não errou ao contabilizar a enorme importância de César Queiroz e o grande reconhecimento do setor produtivo. Tanto que a celebração dos 30 anos da empresa terminou com um coquetel no salão de festa da entidade, anexo ao auditório, no topo do prédio mais alto do Centro de Campos. Detalhe: esse ambiente do andar da ACIC leva exatamente o nome de César Queiroz.
