O Dia Internacional da Síndrome de Down acontece a cada 21 de março. A data serve para promover conscientização e informação sobre a alteração genética causada por erro na divisão celular. Pessoas com down possuem características como olhos oblíquos, rosto arredondado, mãos menores e comprometimento intelectual. Em Campos, a Associação de Pais de Pessoas Especiais (Apape) realiza atividades na sede e no Jardim São Benedito. Para Carolina Pereira, mãe de Arthur que tem down, o amor sempre ajuda no desenvolvimento de qualquer pessoa.
De acordo com a presidente da Apape, Naira Peçanha, uma programação foi planejada para acontecer na sede da entidade e também no Jardim São Benedito. Participam grupos de dança e de palhaços. “Pensamos em atividades lúdicas com os usuários, a equipe técnica da APAPE e equipe técnica do Paraesporte no Jardim São Benedito com oficinas psicomotoras, socioafetivas, socioeducativas e expressivas sensoriais. São atividades de circuito funcional, corrida no saco, queimado, bocha, futebol, basquete, jogos cooperativos, dinâmica da bola, dança e movimento, pintura livre”, explica.
Uma série de palestras foi programada pela Apape. São temas: “A Importância da Estimulação da Fala e Linguagem como de acesso à Cultura, e aos Valores da Família e Sociedade “. com a fonoaudióloga Lídice Versiane; “Caminhos para a Inclusão ” : Favorecendo a Transformação do Indivíduo e sua Participação na Sociedade”, com a pedagoga Viviane Cordeiro; ” Processo de Construção do PEI, e sua importância na Educação Inclusiva” com Nadine Pólido; e “Oficina Resignificativa” com Eliane Rangel.
Alem do evento, Naira Peçanha costuma sempre destacar as recomendações legais previstas na Constituição Federal e no Estatuto da Pessoa com Deficiência que preveem questões de respeito e inclusão social. “O Artigo 8º diz que é dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à maternidade, à alimentação, entre outras obrigações sociais”, observa.
Uma declaração de amor
Aos seis anos de idade, Arthur costuma chamar a atenção por todos os lugares onde passa. Não só pela aparência, mas pela personalidade, carisma e simpatia. Ele é o filho único do casal Marcus Vinicius e Carolina Muniz Soares Rangel Pereira. Ela trabalha como professora e sabe como ninguém a importância de educar. Para Carolina, uma criança com down necessita de atenção e cuidados especiais, mas nunca deve ser encarada como “coitada”. Em um comovente depoimento, a mãe de Arthur abriu o coração e declarou todo o amor ao filho:
“Arthur tem uma vida normal como toda criança. Estuda pela manhã em uma escola regular. Durante a semana, faz terapias com fonoaudióloga, terapia ocupacional, psicopedagoga e o kumon. Todas as crianças que têm necessidades especiais são auxiliadas por essas atividades. Arthur é muito sociável, muito transparente no que fala e tem uma excelente memória.
A gente sabe que a criança com Síndrome de Down se desenvolve no momento dela. A escola dele me oferece total apoio. Está no primeiro ano do ensino fundamental, tem mediadora e profissionais preparados para auxiliá-lo. Isso dá uma segurança para os pais. As crianças com down precisam conviver com outras crianças por causa da socialização. Isto é imprescindível.
Ele tem um bom suporte médico com excelentes profissionais como pediatra, cardiologista e oftalmologista. Isso ajuda a lhe dar uma vida boa com qualidade.
Conviver com pessoas que têm down, seja filho, amigo, sobrinho é sinônimo de amor. A gente vibra com pequenas conquistas, compartilha felicidades e envia amor para quem está ao redor.
Nosso relacionamento é sensacional. Eu e meu marido damos a ele todo o suporte. Estamos sempre juntos nos lugares públicos, shoppings, restaurantes, cinema, qualquer lugar que sirva para socializar. Não escondemos nosso filho. Uma criança com síndrome de down precisa de socialização, assim como todos nós. A socialização ajuda a formar uma pessoa incrível.
Como mãe engajada em alguns movimentos sociais, penso que as pessoas não devem olhar para alguém com síndrome de down como um coitadinho. A gente tem que olhar para essa criança como pessoa normal, que vai chorar, que vai ter sim, que vai ter não, que vai ter limite, que vai ter uma boa qualidade de vida, que vai correr, vai cair, vai levantar, vai jogar bola, vai brincar como outra criança qualquer. Porém, no tempo dele. Deixo a mensagem para quem é pai e mãe lembrando que seu filho ou seu parente com down vai atingir objetivos, mas no tempo dele. No mais, só amor”, conclui.