A peça “Arame Farpado” surgiu do desejo de questionar as estruturas acadêmicas, pensando o protagonismo do ser periférico na cena teatral. Neste sábado, o público de Campos poderá conferir a proposta do elenco e da direção do espetáculo. A montagem estreou na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UNIRIO), realizou temporada no Teatro Paschoal Carlos Magno (Palcão) e Fórum Negro de Artes Cênicas (FNAC) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), com grande sucesso. A apresentação em Campos acontece às 19h.
Além da apresentação em Campos à noite, durante o dia a equipe realiza cursos e oficinas no Sesc da Avenida Alberto Torres. Entre 9h e 12h, acontece “Rompendo o Arame Farpado: construindo a minha casa em um lugar de não pertencimento”. Já de 13h às 16h, é a vez do “Rompendo o Arame Farpado: o ator e a descolonização da atuação”. A pesquisa para concepção do “Arame Farpado” foi desenvolvida pelos quatro atores e o diretor do grupo. A dramaturgia foi criada a partir de memórias de universitários oriundos da periferia e aborda dificuldades como: permanecer no espaço universitário; estabelecer diálogo entre a cultura periférica e a academia; desconstruir o conhecimento.
A sinopse mostra o ambiente acadêmico circundado por uma cerca que o demarca como um espaço para a classe dominante. Quatro atores, com suas memórias e anseios, tentam furar essa cerca, trazendo para o centro da cena acadêmica o que hoje é periferia. Em meio a churrascos na laje, piscina, baile funk, as memórias são costuradas envolvendo o público e lançando a questão sobre a democratização do acesso à educação.