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Os tambores e os batuques das sinfônicas

Percussionista baiano Henrique Castor desponta como instrumentista promissor na Orquestrando a Vida

Cultura
Por Ocinei Trindade
31 de julho de 2018 - 16h46

O percussionista baiano é elogiado no meio musical e na orquestra (Foto: Divulgação)

Na Bahia, há um ditado popular que afirma: “baiano não nasce, estreia”. E quando trata-se de músico ou instrumentista, há estreias e reestreias por toda a existência. Aos 14 anos de idade, o percussionista Henrique Castor, nascido na terra de João Gilberto, Caetano Veloso e Gilberto Gil, diz que cantar não é sua praia, mas produzir sons. “O que eu gosto mesmo é da batida ou batucada. Sou da percussão. Nasci para isto”. Desde bem menino, ele integra o projeto “Orquestrando a Vida”, onde é apontado como um instrumentista de grande talento.

Henrique Castor ganhou o apelido de “Baiano” na ong “Orquestrando a Vida”. Ele não reclama, sente orgulho do estado natal onde vai passar as férias todos os anos e visitar o pai. O adolescente vive em Campos apenas com sua mãe, a artesã Zuleika Castor. Foi ela que teve a iniciativa de levar o filho para conhecer o projeto social e musical idealizado pelo maestro Jony William Vilella.  Apesar da descendência baiana, ninguém na família é músico além do menino percussionista. O orgulho da mãe é visível nas apresentações prestigiadas e nas fotos expostas em redes sociais dos espetáculos em que ele participa.

O baiano Henrique diz que, quando chegou às aulas da ong Orquestrando a Vida, aos oito anos de idade, não hesitou em apontar os instrumentos de sua preferência para tocar: todos os de percussão. “Sempre fui muito fascinado e curioso pelos sons e pelos ritmos. Não posso ver um tímpano, caixa, bumbo, prato ou bateria, e já quero tocar e fazer uma levada musical”, revela. Apesar de seu talento espontâneo, a percussão também exige muito estudo e dedicação:

“Venho todos os dias estudar teoria musical e prática instrumental, além de ensaiar. Estou no nono ano do ensino fundamental no Liceu de Humanidades de Campos. Depois da escola e do almoço, é aqui na ong que eu fico. Sou muito grato ao meu professor de percussão, Mateus Basílio. Ele me ensina muito e me inspira a querer seguir na música e tocar como ele”, revela.

Além da ong, Henrique também participa de atividades do Coral do Liceu, como percussionista. Viajar com o coral e com a orquestra para apresentações musicais tem sido frequente. “O futuro é incerto. Tenho interesse por química e por engenharia também. Mas, enquanto eu puder ser feliz e fazer as pessoas felizes com a música, estou disposto a isto. Na ong, fiz muitos amigos. Estou disponível para ensinar e a compartilhar o que eu aprendi na Orquestrando a Vida”, conclui.