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O que fazer quando a ansiedade se torna uma doença? Especialistas opinam

Transtorno já atinge 33% dos brasileiros, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde

Saúde
Por Redação
10 de janeiro de 2018 - 17h08

ha4b7448Ficar ansioso diante de uma situação importante é uma atitude normal e que acontece com todas as pessoas. Porém, quando essa angústia te afasta dos seus compromissos pessoais e, inclusive, de familiares e amigos trata-se um sinal de alerta, pois algo não está indo bem com a sua saúde mental. O transtorno de ansiedade afeta 33% da população brasileira, o que coloca o país como o lugar com a maior taxa de pessoas com este problema no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). É uma doença relacionada ao funcionamento do corpo e às experiências de vida. Para se ter uma ideia, quatro em cada dez brasileiros sofrem com esse problema.

Segundo a psicóloga Camila Medina, a ansiedade é algo comum, mas quando essa aflição traz sintomas físicos, sem motivo aparente e de forma constante, ela se lifehack torna algo preocupante.

“A sensação de ansiedade pode ser tão desconfortável que, para evitá-la, as pessoas deixam de fazer coisas simples. Isso é considerado um dano a saúde. Por exemplo, eu vou fazer uma entrevista de emprego, mas falto a entrevista, pois fiquei nervosa demais e passei mal. São sintomas como dores na cabeça, no estômago, taquicardia, entre outros, que impedem a realização de uma ação comum em nossa rotina. Trata-se de um prejuízo para a vida, pois estamos evitando compromissos por ansiedade, desistindo de tudo que antes fazíamos normalmente. Nesses casos, é importante ter autoconhecimento, ouvir o próximo, como um amigo ou um familiar. Se a pessoa tem notado a outra distante já é um primeiro sinal. É bom ficar atento as respostas que o nosso organismo dá diante dessas situações e, principalmente, procurar um auxílio. Um profissional da área vai ouvir, avaliar e se realmente não for nada ele vai dizer, mas acima de tudo vai ajudar essa pessoa”, ressalta.

Preocupações, tensões ao ponto de o indivíduo não conseguir relaxar, sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer, preocupações exageradas com saúde, dinheiro, família ou trabalho, medo extremo de algum objeto ou situação em particular, falta de controle sobre os pensamentos, imagens ou atitudes e pavor, podem indicar um transtorno de ansiedade. A especialista também alerta que esse problema pode também desencadear outros, como a depressão e a síndrome do pânico.

“Tenho percebido que a ansiedade tem crescido cada vez mais, principalmente, nos jovens. A gente vê que cada vez mais cedo as pessoas estão doentes e a ansiedade é um dos problemas mais graves. Ela aparece de várias formas e normalmente é o primeiro passo para chegar até outros transtornos como a depressão e a síndrome do pânico. A gente vê que a depressão, por exemplo, pode acontecer sem que o paciente tenha tido qualquer sintoma de ansiedade, mas normalmente elas estão juntas. Podemos identificar esse problema quando percebemos que não estamos levando a vida tão feliz. Já nos jovens, a ansiedade está relacionada às decisões para o futuro, quando existe um peso de que temos que seguir por um caminho sozinho, sem os pais. A gente acaba vendo o adoecimento a partir disso, quando existe uma pressão pela escolha. Eu sempre digo que a gente planta e depois vai colher o que plantou. Se deseja atingir alguma meta, basta lutar para que isso aconteça, mas ficar também ansioso, colocando em risco a própria saúde é algo preocupante. Tudo tem que ser na medida”, explica.

Janeiro Branco

A campanha Janeiro Branco tem o objetivo de promover a reflexão da população sobre suas vidas, seu sentido e propósito, a qualidade dos seus relacionamentos e o quanto elas conhecem sobre si mesmas, suas emoções, seus pensamentos e sobre os seus comportamentos. Além disso, a iniciativa visa ainda colocar os temas da Saúde Mental em máxima evidência no mundo em nome da prevenção ao adoecimento emocional da humanidade.