Com o endosso do prefeito de Campos, Rafael Diniz (PPS), Marcão Gomes (Rede) é o primeiro deles. Eleito para o segundo mandato de vereador com 5.552 votos, o que o colocou em primeiro na corrida ao Legislativo nas últimas eleições municipais, o presidente da Câmara confirma pré-candidatura a deputado estadual, mas afirma continuar “totalmente focado” no trabalho desempenhado à frente da mesa-diretora da Casa de Leis.
“Este não é um projeto pessoal, mas do grupo liderado pelo prefeito. Os apoios vêm ocorrendo de forma natural, primeiro pelo fato de ter tido a honra de ser o vereador mais votado no último pleito, e em segundo, pelas adesões espontâneas de vereadores, suplentes, lideranças políticas e partidárias que acreditam em nosso nome”, diz Marcão.
Fora da Câmara, mas ainda bastante próxima ao governo municipal, surge a pré-candidatura de César Tinoco. Empresário e coordenador de campanha de Rafael Diniz, que já deu as bênçãos ao projeto, ele tentaria uma cadeira na Câmara dos Deputados pelo PPS, partido que, desde o último dia 19 é presidido no município pelo prefeito. Ele não é claro sobre a intenção de concorrer, mas se coloca à disposição.
“Nossa tarefa neste momento é auxiliar o prefeito Rafael Diniz no processo de reconstrução a cidade. No momento certo, as estratégias eleitorais serão definidas. Como membro do grupo, estarei à disposição para auxiliar a gestão”, diz César.
Porém, sua opção por transformar a página pessoal em uma rede social em um perfil de figura pública, a abordagem de temas eminentemente políticos e o início de ações como visitas a hospitais do município podem ser encaradas como indícios da candidatura.
As candidaturas de Marcão a deputado estadual e de César Tinoco a federal serão a primeira prova porque passará Rafael Diniz após a acachapante derrota que impôs, em 2016, ao candidato do grupo de Garotinho, Dr. Chicão (PR). A vitória será uma indicação de que o prefeito ainda é capaz de capitalizar a força política que o levou a uma inesperada decisão em primeiro turno, com 55,19% da preferência do eleitorado. Já a derrota virá como indício de desgaste após polêmicas envolvendo programas sociais e a gestão da saúde em Campos nos últimos oito meses.
order Antabuse Sem as bênçãos de Rafael
Outros vereadores da base aliada trabalham em pré-candidaturas. O primeiro é Cláudio Andrade (PSDC). Em seu primeiro mandato, Cláudio vem se destacando pela proposição de leis — duas já foram aprovadas — e pela atuação como relator da CPI das Rosas, que investiga contrato da Prefeitura com a empresa Emec Obras e Serviços Ltda durante a gestão de Rosinha Garotinho (PR). Eleito com 2.217 votos, ele ficou na 19ª colocação no quadro geral em 2016 e vem crescendo em popularidade em Campos e na região.
Segundo pesquisa espontânea — em que nenhum candidato é sugerido ao entrevistado — realizada pelo Instituto Pappel e publicada em agosto, o nome de Cláudio aparece atrás apenas de outros já testados nas urnas, como dos deputados estaduais João Peixoto, Bruno Dauaire e Gil Vianna, do vereador Marcão e do ex-candidato a prefeito Caio Vianna. Ele concorreria a uma vaga na Alerj.
“A pré-candidatura ocorre devido ao mandato de vereador bem avaliado pela população de Campos, conforme a última aferição do Instituto Pappel, que me deu quase 80% de aprovação. Mas, a consolidação não depende só de minha vontade e sim de uma avaliação interna junto à direção estadual do partido e a minha base política”, explica o vereador.
Outro integrante da base aliada que deve trabalhar uma candidatura a deputado estadual é Marcelo Perfil (PHS). Ele é membro da CPI das Rosas e cumpre seu primeiro mandato na Câmara. Empresário, foi eleito com 2.340 votos, o que o fez o 17º mais bem votado nas eleições municipais de 2016. A equipe de reportagem de O Jornal Terceira Via tentou contato telefônico com o vereador, mas ele estava em viagem.
Esperança da oposição
Entre a oposição ao grupo político de Rafael Diniz, mas fora da Câmara, é especulada uma candidatura de Wladimir Garotinho a deputado estadual. Isso o colaria em rota de colisão com Bruno Dauaire (PR), eleito para a Alerj em 2014 com o seu apoio. Em breve nota enviada por sua assessoria, o filho da ex-prefeita de Campos Rosinha e do ex-governador Anthony Garotinho não confirmou e nem negou a possibilidade. Limitou-se a dizer que: “não existe definição ainda sobre o assunto eleições”.
Ao contrário de sua irmã, Clarissa Garotinho (PRB), que já foi vereadora e deputada estadual, é deputada federal licenciada e secretária de Desenvolvimento, Emprego e Inovação do município do Rio de Janeiro, Wladimir nunca concorreu a nenhum cargo eletivo, embora tenha atuado como presidente do Partido da República (PR) em Campos.
No último dia 4 de julho, a Justiça Eleitoral impôs a Wladimir quatro medidas cautelares, por suspeita de participação no esquema que trocava inscrições irregulares no programa social Cheque Cidadão, da Prefeitura de Campos, por votos em candidatos do grupo político de seu pai nas eleições municipais de 2016, em Campos. Ele está proibido de manter contato com réus do processo, à exceção do pai; de deixar o município sem autorização; de frequentar a Câmara; e deve comparecer em juízo mensalmente.
Sociedade que reage
Fora do âmbito da Câmara de Vereadores se destaca a pré-candidatura a deputado federal do presidente da Federação Fluminense das Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs), Marcelo Mérida, que é articulada pela entidade como forma de aumentar a representatividade do segmento na política nacional. O empresário campista ainda não é filiado a nenhum partido.
“Temos um projeto institucional, mas pensamos em todo o setor produtivo do estado. Durante décadas, fomos espectadores. Agora, estamos criando mecanismos para que o próprio setor comece a falar nas tribunas competentes. E meu nome foi lembrado. Temos conversado com partidos dentro de uma linha que na qual possamos ter um diálogo produtivo”, encerra Mérida.