

Na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, o inglês é o idioma oficial, mas o que mais chama atenção nos corredores do Parque da Cidade é o emaranhado de siglas, termos técnicos e expressões pouco familiares para quem não vive o dia a dia das negociações climáticas.
Para facilitar o acompanhamento dos debates, que começaram no dia 6 e seguem até 21 de novembro, a Agência Brasil reuniu um guia com os principais conceitos utilizados no encontro.
Entre os temas centrais está o Acordo de Paris, tratado global firmado em 2015 para reduzir emissões de gases de efeito estufa e conter o aquecimento do planeta. A partir dele, surgem instrumentos como o Artigo 6, que trata do mercado de carbono, e o Livro de Regras de Paris, com orientações sobre como os países devem cumprir suas metas.
Outros conceitos aparecem com frequência nas negociações, como Adaptação Climática, que reúne ações para lidar com impactos já inevitáveis do aquecimento global, e Mitigação Climática, voltada à redução das emissões e ao fortalecimento dos sumidouros de carbono.
A sigla NDC representa as metas que cada país assume para cortar emissões, atualizadas a cada cinco anos. Já o GST, ou Balanço Global, avalia se essas metas estão avançando no ritmo necessário.
No campo da justiça social, o termo Justiça Climática orienta debates sobre como proteger populações mais vulneráveis e distribuir de forma equilibrada custos e benefícios da transição ecológica. Dentro desse esforço, surgem discussões sobre Perdas e Danos, que incluem impactos econômicos, sociais e culturais causados pelos eventos extremos.
O financiamento climático é outro eixo fundamental. A NCQG, nova meta global de recursos, busca ampliar o fluxo de investimentos para países em desenvolvimento. Um dos compromissos mais recentes gerou o Mapa do Caminho de Baku a Belém, voltado a soluções para alcançar US$ 1,3 trilhão até 2035.
A conferência também envolve estruturas de governança, como a COP propriamente dita, as reuniões das partes do Acordo de Paris (CMA) e do Protocolo de Quioto (CMP), além das sessões preparatórias como a SB60, em Bonn.
Entre os termos científicos, aparecem conceitos como gases do efeito estufa, combustíveis fósseis, sumidouros e pontos de inflexão, ligados ao limite crítico de 1,5 grau estabelecido pela chamada Missão 1,5.
Outra frente de cooperação é a Troika, formada pelas presidências das COPs 28, 29 e 30, que coordena esforços para manter viva a meta global de clima.
Com essas e outras expressões, a COP30 segue até o dia 21 impulsionando acordos, pressionando decisões e reunindo governos, cientistas, empresas e sociedade civil em busca de respostas para a crise climática.