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Uniões homoafetivas crescem mais de 700% no Brasil em 12 anos, aponta IBGE

Maioria das uniões é entre mulheres e ocorre de forma consensual; avanço reflete maior liberdade e reconhecimento jurídico

País
Por Redação
5 de novembro de 2025 - 11h15

Reprodução Agência Brasil

O número de uniões entre pessoas do mesmo sexo no Brasil aumentou mais de oito vezes em pouco mais de uma década. Dados do suplemento Nupcialidade e Família do Censo 2022, divulgados nesta quarta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o total passou de 58 mil registros em 2010 para 480 mil em 2022, um crescimento de 728%.

Enquanto em 2010 os casais homoafetivos representavam apenas 0,1% das famílias brasileiras, em 2022 o número chegou a 0,7%. Para a pesquisadora do IBGE Luciane Barros Longo, o aumento reflete transformações sociais e maior liberdade para o reconhecimento público das relações.

“Ao longo desses 12 anos, houve um movimento de formalização maior dessas uniões e uma mudança social importante, na qual as pessoas se sentiram mais livres para assumir suas relações”, destacou.

O levantamento mostra que 58% dos casais homoafetivos são formados por mulheres, enquanto 42% são compostos por homens. A maior parte das uniões (77,6%) é consensual, seguida pelos casamentos civis (13,5%), civis e religiosos (7,7%) e apenas religiosos (1,2%).

A formalização dessas uniões ganhou força após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2011, que equiparou juridicamente as uniões homoafetivas às heteroafetivas, dispensando autorização judicial para casamentos entre pessoas do mesmo sexo.

O perfil demográfico aponta que 47,3% dos cônjuges são brancos, 39% pardos, 12,9% pretos e 0,4% amarelos ou indígenas. Quanto à religião, 45% se declararam católicos, 13,6% evangélicos, 21,9% sem religião e 19,5% pertencentes a outras crenças — proporções distintas da média nacional.
No quesito escolaridade, 42,6% têm ensino médio completo ou superior incompleto, 31% possuem ensino superior completo, e o restante se divide entre níveis fundamental e básico.

O avanço das uniões homoafetivas é considerado por especialistas um reflexo da mudança cultural e da consolidação dos direitos civis de casais LGBTQIA+ no Brasil.