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MPRJ cobra imagens das câmeras usadas por policiais na Operação Contenção

Ação nos complexos da Penha e do Alemão deixou 121 mortos; procurador-geral diz que apuração será técnica e independente

Estado do RJ
Por Redação
30 de outubro de 2025 - 10h06

Fotos: Agência Brasil


O Ministério Público do Rio de Janeiro determinou a verificação das imagens das câmeras corporais utilizadas por policiais que participaram da Operação Contenção, realizada na terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão. A ação, considerada uma das mais letais da história do estado, deixou 121 mortos, entre eles quatro policiais, além de mais de 100 presos e 118 armas apreendidas — a maioria fuzis —, além de 14 explosivos.

O procurador-geral de Justiça do Estado, Antônio Campos Moreira, afirmou que o acesso às gravações é fundamental para esclarecer as circunstâncias das mortes. Segundo ele, o Ministério Público conduzirá uma apuração independente, baseada em laudos periciais, confrontos balísticos e depoimentos de testemunhas.

“A partir do relatório das polícias, das imagens, dos laudos de necropsia e balística, teremos uma visão técnica mais segura sobre o que realmente ocorreu”, afirmou o procurador, destacando que parte dos confrontos se deu em área de mata fechada, o que dificulta a investigação.

Campos Moreira informou ainda que o MP ouvirá desde os responsáveis pela autorização e planejamento da operação até os agentes envolvidos diretamente na ação. O órgão também abriu um canal direto de comunicação com a população para acolher denúncias e relatos de possíveis abusos.

Protesto na sede do Governo

Enquanto isso, moradores dos complexos da Penha e do Alemão protestaram nesta quarta-feira (29) em frente ao Palácio Guanabara, no Rio. O grupo acusou o governador Cláudio Castro de ter comandado o que chamaram de “carnificina” durante a operação.

Protesto de moradores da cidade do Rio de Janeiro em frente ao Palácio Guanabara

Cartazes com frases como “estado genocida” e “todas as vidas importam” foram exibidos. “O que aconteceu foi um genocídio. Toda véspera de eleição tem uma operação para matar o nosso povo”, declarou Rute Sales, moradora e ativista negra.

Em meio às críticas, o governador defendeu a operação, afirmando que ela foi um “duro golpe na criminalidade” e que as únicas vítimas dos confrontos foram os policiais mortos. Após o protesto, Cláudio Castro e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciaram a criação de um escritório emergencial de combate ao crime organizado, com reforço de agentes federais e peritos no estado.

Com informações da Agência Brasil